Uma nova disparada dos preços do barril do petróleo no mercado internacional aumentou mais a defasagem dos valores dos combustíveis vendidos pela Petrobras no Brasil na comparação com os valores dos produtos importados. No entendimento de analistas deste mercado, o cenário eleva ainda mais a pressão por um novo reajuste nas refinarias da estatal.
Associado a isto, depois das restrições da Rússia à exportação do diesel, cresce a interpretação de que a companhia precisaria reajustar o produto. A Rússia é a principal fornecedora externa do combustível para o Brasil com preços mais baixos do que o praticado por outros fornecedores.
Nesta quarta-feira, os preços dos contratos do petróleo Brent para dezembro fecharam as operações em alta de 2,09 %, cotado a US$ 94,36, resultado das notícias sobre uma queda expressiva dos estoques de óleo bruto nos Estados Unidos.
DEFASAGEM
Conforme dados dos importadores, mesmo depois do último reajuste anunciado em 15 de agosto pela Petrobras, chega a 25,8% para o diesel e 16,3% para a gasolina. Nos cálculos da StoneX, os preços do diesel da estatal estão mais de 70 centavos de real por litro abaixo da paridade de importação, necessitando de um reajuste de cerca de 19% para igualar. A gasolina, por sua vez, estaria aproximadamente 30 centavos abaixo, necessitando de um necessitando de um aumento de quase 10%. Se o aumento ocorresse neste patamar elevaria o litro para um valor acima de R$ 6,00.
Desde que anunciou uma nova estratégia comercial, em maio, de desvincular a política de preços da paridade de importação, a empresa tem segurado por mais tempo a defasagem antes de subir seus preços. Conforme a Petrobras, a companhia vem mantendo sua política de “preços competitivos e em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, ao mesmo tempo em que evita o repasse da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa câmbio”.