Redução da taxa de juros pelo Copom confirma estimativa do mercado

Novo indicador de 12,75% é o menor patamar desde maio de 2022

E deu o esperado na condução da política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central terminou a quarta-feira com uma anunciando uma redução de 0,5 ponto percentual, passando a taxa básica de juros para 12,75% ao ano, conforme era projetado pela imensa maioria dos analistas do mercado financeiro e chegando ao menor patamar desde maio de 2022. Nos Estados Unidos também, o Federal Reserve (Fed) optou pela manutenção das taxas de juros no nível mais alto em 22 anos, no intervalo entre 5,25% e 5,50%.

No Brasil, a decisão do Copom foi unânime. Todos os diretores votaram pela redução, ao contrário do encontro anterior onde houve um empate na votação e o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto foi obrigado a apresentar o voto de desempate. O Copom se reúne novamente em 31 de outubro e 1º de novembro.

Esta é a segunda queda seguida da taxa de juros no Brasil. No comunicado divulgado após a reunião desta quarta-feira, o Banco Central indica que vai manter o ritmo de corte de juros de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o documento.

EVOLUÇÃO DO CENÁRIO

Além disso, o comitê afirmou que a decisão considerou “a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis”. Entretanto, do lado dos riscos o Comitê voltou na incluir uma possível “desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada”.

Até agosto, o comitê destacava que esse risco para a atividade global se dava “em particular em função de condições adversas no sistema financeiro global”. O outro risco destacado pelo Copom são “os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado”.

A Selic permaneceu no patamar de 13,75% ao ano por 12 meses até agosto, o ciclo de alta mais agressivo desde 1999. De março de 2021 a agosto do ano passado, a autoridade monetária elevou os juros em 11,75 pontos percentuais. E tudo isso, para controlar a inflação que, para 2023, tem uma meta fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. A meta de inflação do próximo ano é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Já o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos sinalizou que poderá fazer mais um aumento ainda este ano. Com a atividade econômica mais forte do que o previsto, a maioria dos participantes do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) também espera que será necessário manter as taxas de juros perto do patamar atual durante 2024 – um nível restritivo de política monetária.