Volume de água nas ilhas chega a 2m, mas prefeitura assegura situação sob controle

No Colégio Alvarenga, na ilha dos Marinheiros, poder público montou abrigo para cerca de 50 pessoas, mas que pode chegar a acolher até 200

Foto: Alex Rocha/PMPA

Em entrevista à Rádio Guaíba, o prefeito Sebastião Melo ressaltou que, nesta quinta-feira, a situação ainda era de alerta na região das Ilhas da capital. Ele garantiu que, na capital, a região ribeirinha está preparada para a enchente do Guaíba, em razão do escoamento das águas do Taquari.

“Nessa noite, para se ter uma ideia, a cada hora a régua subia dois centímetros. Então, hoje pela manhã, nós estávamos com a régua a 1,92m nas ilhas e a 2,40 no Cais Mauá. Na tarde desta quinta, já chegou a 1,99m, 2m. Então veio o alerta, em parte das Ilhas. Não dá para dizer com precisão se isso vai continuar assim, se vai estabilizar, ou vai aumentar. Nós temos que acompanhar as réguas, as medições e tomar as atitudes que estamos tomando. Mas estamos aqui com bastante prevenção de acolhimento”, assegurou.

Foto: Alex Rocha/PMPA

A inundação acontece a partir de 2,20m, segundo o prefeito. Na região das cinco ilhas da capital vivem oito mil pessoas. Em Porto Alegre, o alerta se concentra na região da Ponta Grossa, que já registra pontos de alagamento. Já o Arroio Dilúvio, de acordo com o prefeito, não corre risco de transbordar em razão de ações recentes de assoreamento.

O prefeito esteve na Ilha dos Marinheiros no início da tarde e destacou as ações em curso na região. “Nós estamos vivendo um momento de alerta aqui, já temos casas que foram alagadas, então estamos naquela fase de convencimento das pessoas, de acolhimento. Vai depender muito da quantidade de água que vai desaguar aqui no Guaíba, porque essas subidas acontecem lá distante, e o destino final delas é aqui. Montamos um abrigo no Colégio Alvarenga, para 50 pessoas, mas que pode chegar a abrigar 200. Temos a ilha do Pavão, que é problemática também, mas temos condições de acolhimento, então está tudo sob controle. Mas o alerta é sempre necessário, permanente, e as nossas equipes estão aqui com os botes, com os bombeiros, a Brigada Militar, ou seja, é uma governança que vai além da prefeitura para dar conta do acolhimento e da solidariedade”, reforçou.

O prefeito também pediu à população para que evite despejar lixo em locais inadequados para que não contribua ao aumento das inundações. “E aqui vai um alerta, porque toda essa sujeira que vem para o Ipiranga, e para todos os demais arroios da cidade, não caiu no céu. Foi alguma mão humana que jogou lixo dentro dos arroios. Aliás, aqui na ilha, a quantidade de lixo que chega com as águas é uma coisa assustadora”, completou Melo.

Na metade da tarde, a medição do Guaíba na estação do Cais Mauá (C6) marco 2,46m. O hidrólogo Pedro Camargo, da Sala de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, apontou que o nível do manancial deve continuar subindo, nesta sexta, com reflexos nas ilhas do Delta do Jacuí. Camargo estima que o Guaíba possa atingir, no máximo, 3m, que corresponde à cota de extravasamento no Cais.

Doações – A prefeitura arrecada doações para as famílias atingidas pela chuva. Até domingo, 10, os donativos podem ser encaminhados para dois pontos da capital: no Centro Administrativo Municipal (rua Gen. João Manoel, 157 – Centro Histórico) e na Coordenação da Defesa Civil (rua Dr. Barcelos, 1.691 – Camaquã), das 9h às 17h, nesta sexta, e das 9h às 15h, no fim de semana.

O que doar:

– Alimentos não perecíveis;
– Produtos de higiene pessoal e de limpeza;
– Jogos de cama;
– Cobertores;
– Toalhas de banho;
– Garrafas de água.

Onde doar:

– Coordenação da Defesa Civil – rua Dr. Barcelos, 1.691 – Camaquã
– Centro Administrativo Municipal – rua Gen. João Manoel, 157 – Centro Histórico

Horário:

Sexta-feira: das 9h às 17h.
Sábado e domingo: das 9h às 15h.