A inflação mensal de agosto na Argentina deverá preocupar o governo do país vizinho, caso estejam corretas as projeções do Banco Central. A autoridade monetária daquele país estima que a taxa de inflação mensal em agosto será quase o dobro da registrada em julho por conta da desvalorização do peso. O BC estima que os preços ao consumidor saltarão pelo menos 10,6% no mês, o maior registro desde que a Argentina saiu da hiperinflação há mais de três décadas, caso se confirmem, e com base em dados preliminares e pesquisadores privados como a PriceStats.
Os dados de agosto, que serão divulgados pela agência de estatística argentina em 14 de setembro, superariam a inflação mensal de 6,3% de julho, a partir da elevação dos preços e uma desvalorização de 18% do peso anunciada pelo governo no começo de agosto. Os preços da carne bovina, hortifrutigranjeiros e medicamentos são os principais responsáveis pela disparada dos preços.
Analistas destacam a gravidade do momento ao apontar que, se este ritmo de alta de preços se mantivesse por 12 meses consecutivos, a taxa anual saltaria para cerca de 235%. Atualmente, a inflação anual já superou 100%. O governo do presidente Alberto Fernández desvalorizou a taxa de câmbio oficial em 14 de agosto, depois de sofrer uma derrota nas eleições primárias do país, além da elevação da taxa básica de juros anunciada pelo Banco Central em 21 pontos percentuais, para 118%.