A Sociedade Brasileira de Infectologia emitiu nota informativa, nesta quinta-feira, avaliando que a nova variante de interesse do coronavírus (EG.5), que vem sendo monitorada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda não modificou o cenário epidemiológico no Brasil. Apesar disso, a entidade pede que as autoridades sanitárias reforcem a vigilância genômica dos casos sintomáticos de Covid-19, para que qualquer mudança de cenário seja detectada precocemente.
Essa vigilância leva em conta o sequenciamento genético das amostras positivas do SARS-CoV-2 e permite identificar quais variantes vêm circulando no país e as mudanças nesse cenário. Na nota divulgada nesta quinta, a Sociedade Brasileira de Infectologia contextualiza que 51 países já confirmaram casos da nova subvariante EG.5, da cepa Ômicron. Especialistas apontaram que ela demonstra maior capacidade de transmissão e escape imune, o que pode aumentar os casos de Covid-19 globalmente até que ela se torne a nova cepa dominante e se estabilize dessa forma.
Apesar dessas características, a OMS classificou a EG.5 como variante de interesse – em vez de preocupação, considerando ser baixo o risco para a saúde pública em nível global, já que ela não trouxe mudanças no padrão de gravidade (com mais hospitalizações e mortes).
A nota informativa, assinada pelo presidente da SBI, o infectologista Alberto Chebabo, salienta que embora ainda não tenha sido detectada no Brasil, a nova variante pode já estar circulando de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta para análise genômica no país.
A SBI divulgou o texto um dia depois de a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ter recomendado a retomada do uso de máscaras em aglomerações e ambientes fechados, como medida de prevenção.
Vacinação
No cenário atual, a Sociedade de Infectologia enfatiza ser necessário manter o calendário vacinal atualizado com as doses de reforço. A entidade lembra que a vacina bivalente existe justamente para aumentar a proteção contra as subvariantes da Ômicron.
Em relação às máscaras, a indicação de uso compreende a população de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração, caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil.