Fotógrafo que acompanhou invasão do Palácio do Planalto depõe à CPMI do 8/1

Pedido de depoimento foi feito pela oposição, que quer questionar o fato de o jornalista ter registrado os atos entre os invasores

Foto: GSI / Reprodução

O repórter fotográfico Adriano Machado, que atua em uma agência internacional de notícias, depõe nesta terça-feira (14) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O pedido foi feito pela oposição, que quer questionar o fato de o jornalista ter acompanhado em meio aos extremistas e fotografado a invasão do Palácio do Planalto durante os atos de vandalismo.

Nos bastidores do colegiado, há um movimento pedindo que o depoimento seja fechado aos membros da CPMI, sem cobertura da imprensa. No entanto, a indicação, como o R7 apurou, é que não haja a exceção.

Para justificar o pedido de convocação, a oposição sustenta “graves suspeitas sobre a possível contribuição de autoridades, de servidores públicos e de particulares para o desfecho da ação”. Adriano aparece em um vídeo trabalhando no interior do Palácio do Planalto e registrando os ataques. “O testemunho a ser prestado por Adriano Machado, testemunha ocular dos fatos, contribuirá com os trabalhos desta comissão”, completa o pedido.

Por parte de governistas, a convocação é vista como uma tentativa da oposição de responsabilizar o fotógrafo pelos atos. O governo define a vinculação como uma “campanha de desinformação contra o fotógrafo”. “As alegações contra Adriano Machado são totalmente descabidas. O profissional em questão é um repórter fotográfico e, como tal, foi ao local para cobrir um evento que transpassou a esfera nacional, e transformou-se em uma pauta internacionalmente acompanhada”, sustenta o governo federal, completando que “não procede a informação de que o fotógrafo seria um infiltrado e estivesse no Planalto antes dos ataques”.

Em nota, a Reuters, a agência de notícias para a qual Adriano atuava na cobertura dos ataques, informou que o fotojornalista havia passado a manhã cobrindo um protesto pacífico e, depois, testemunhou “um grande grupo de manifestantes subindo a rampa principal do palácio e os seguiu para documentar o desenrolar dos acontecimentos”. “Nós defendemos a cobertura, que foi imparcial e de interesse público”, afirmou a agência.