Bolsonaro e Braga Netto recorrem de multa por má-fé e descumprimento de decisão judicial

Ambos não acataram ordem de apagar de redes sociais publicidade eleitoral com imagem do ex-presidente em eventos do Bicententário

Foto: Marcelo Camargo/ABr

A defesa de Jair Bolsonaro apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um recurso contra a decisão da Corte que multou o ex-presidente e o então candidato a vice, general Braga Netto, por descumprimento de decisão judicial e má-fé. A defesa alega que a multa imposta a Bolsonaro soma R$ 60 mil.

“Não se trata de má-fé processual de os investigados deixarem conteúdos nas redes sociais, mas simples decorrência dos limites burocráticos das estruturas de campanha da atualidade, que envolvem centenas de pessoas com trabalhos e funções muito especializados”, dizem os advogados do ex-presidente.

Em julho, o corregedor-geral eleitoral e ministro do TSE Benedito Gonçalves determinou a aplicação de uma multa de R$ 110 mil a Bolsonaro e ao ex-ministro-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto por descumprimento de uma decisão judicial.

Para o ministro, os dois não obedeceram à determinação de excluir dos perfis em redes sociais propaganda eleitoral com imagens do ex-presidente em eventos do Bicentenário da Independência, comemorado no 7 de Setembro do ano passado. As determinações do magistrado fazem parte de quatro ações que pedem a inelegibilidade de Bolsonaro — embora o ex-presidente já tenha sido considerado inelegível pela corte.

Governadores e senador
Gonçalves também determinou que os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), além do senador Ciro Nogueira (PP-PI), prestem depoimento na ação que investiga o suposto desvio de finalidade das comemorações do Bicentenário da Independência, em 2022, supostamente planejado de modo a impulsionar atos da então campanha eleitoral de Bolsonaro e Braga Netto.