O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) apresentou nova deflação em julho, de 0,40% comparado com junho. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 7, pela Fundação Getúlio Vagas (FGV), ao apontar que o indicador acumula variação de -5,35% no ano e de -7,47% em 12 meses. Em julho de 2022, o índice havia caído 0,38%, mas ainda acumulava alta de 9,13% em 12 meses.
Esse foi o quinto mês seguido de queda no indicador, tendência, no entanto, que vem perdendo força, uma vez que a deflação de maio foi de 2,33% e a de junho chegou a 1,45%. Analistas de mercado projetavam um recuo de 1,91% na leitura mensal. Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, commodities de peso, que por vários meses registraram queda em seus preços, apresentaram reversão desse processo e registraram aumentos, reduzindo o ritmo de queda do IPA e sua influência sobre o IGP.
Estas commodities ficaram entre as maiores influências positivas do índice ao produtor, com destaque par a soja (de -3,61% para 3,82%), o minério de ferro (de -2,19% para 1,95%) e bovinos (de -5,70% para 1,71%). Já o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,61% em julho, ante queda de 2,13% no mês anterior. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de -1,05% em junho para -1,11% em julho.
A principal responsável pela desaceleração da taxa foi o subgrupo alimentos in natura, cuja variação passou de -0,15% para -3,07%. O índice de Bens Finais, que exclui alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,42% em julho, após variar -0,46% em junho. A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -1,73% em junho para -0,60% em julho. O principal responsável pela queda menos intensa foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -5,28% para 1,24%.
O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,88% em julho, ante queda de 1,16%, no mês anterior. O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 0,08% em julho, contra queda de 3,71% em junho. Contribuíram para este movimento os itens: soja em grão (-3,61% para 3,82%), minério de ferro (-2,19% para 1,95%) e bovinos (-5,70% para 1,71%).
IPC
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,07% em julho, ante queda de 0,10% em junho. Quatro das oito classes de despesa que compõem o índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Transportes (-1,14% para 1,07%), Educação, Leitura e Recreação (0,87% para 1,33%), Despesas Diversas (0,12% para 0,48%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,19% para 0,25%).
As principais contribuições para este movimento partiram dos itens: gasolina (-0,29% para 4,08%), passagem aérea (4,77% para 6,20%), serviços bancários (0,00% para 0,63%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,39% para -0,04%). Em contrapartida, os grupos Habitação (0,23% para -1,06%), Vestuário (0,50% para -0,33%) e Comunicação (0,14% para 0,04%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nessas classes de despesa, as maiores influências partiram dos itens: tarifa de eletricidade residencial (1,20% para -4,64%), roupas (0,57% para -0,40%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,10% para -0,03%).
O grupo Alimentação repetiu a taxa de variação apurada no mês anterior, que foi de -0,36%. As principais influências partiram dos itens: frutas (-2,77% para 1,61%), em sentido ascendente, e aves e ovos (-1,13% para -3,41%), em sentido descendente.
Enquanto isso, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,10% em julho, ante 0,71% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de junho para julho: Materiais e Equipamentos (-0,09% para -0,28%), Serviços (0,27% para 0,85%) e Mão de Obra (1,46% para 0,50%).