O comércio brasileiro perdeu mais de 50 mil empresas desde a pandemia. Os dados foram divulgados na Pesquisa Anual de Comércio (PAC) de 2021 divulgada nesta sexta-feira,4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE). O levantamento mostrou que havia um total de 1.393.827 empresas comerciais no país em 2021, 51.516 empresas comerciais a menos, na comparação com 2019.
A maior perda de empresas comerciais entre 2019 e 2021 ocorreu no segmento de comércio de veículos, peças e motocicletas. A queda foi de 6,8% no período, para 130.176 em 2021 – embora seja 3,4% acima de 2020. Já o comércio varejista foi o segundo segmento com maiores perdas de empresas comerciais desde a pandemia. Em 2021 foram contabilizadas 1.039.497 companhias nesse segmento, 5,7% abaixo de 2019, embora 3,3% acima de 2020. Em contrapartida, houve aumento de 10,1% no número de empresas atacadistas em 2021 ante 2019, com acréscimo de 8,4% ante 2020, para 224.154 empresas comerciais.
Comparado com 2020, o ano de 2021, o segmento que obteve o maior aumento percentual no número de tra-balhadores foi o comércio por atacado (6,5%), influenciado pelo crescimento da mão de obra nas atividades de produtos alimentícios, bebidas e fumo (mais 24,1 mil pessoas, alta de 5,9%), comércio por atacado de produtos químicos, siderúrgicos, papel, papelão, resíduos e sucatas (acréscimo de 21,2 mil pessoas, alta de 11,9%) e de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive TI e comunicação (mais 19,8 mil pessoas, alta de 10,4%). Em se-guida vieram o comércio varejista (2,7%) e o comércio de veículos, peças e motocicletas (0,7%).
De 2020 para 2021, apenas duas das 22 atividades pesquisadas tiveram queda no número de pessoal ocupado: comércio de peças para veículos (-10,5 mil pessoas; -2,0%) e comércio varejista de produtos novos e usados sem especificação (-0,5 mil pessoas; -0,1%). Frente ao período pré-pandemia, em 2019, somente o comércio por atacado apresentou alta (8,0%) no número de pessoas ocupadas. Tanto o comércio de veículos, peças e motocicletas (-8,1%) como o varejista (-2,2%) ainda se encontravam aquém do patamar verificado dois anos antes.
FATURAMENTO
No ano de 2021, as empresas comerciais registraram uma receita bruta total de R$ 6,0 trilhões. Dessa quantia, o comércio de veículos automotores, peças e motocicletas contribuiu com R$ 509,8 bilhões, o comércio atacadista com R$ 3,0 trilhões, e o comércio varejista com R$ 2,5 trilhões. Já a receita operacional líquida, ou seja, aquela livre deduções como vendas canceladas, descontos, ICMS sobre vendas e outros impostos, foi de R$ 5,5 tri-lhões.
O comércio por atacado se manteve o mais representativo do setor, com 49,6% do total, maior taxa desde 2007. Já o comércio varejista, segmento que liderou entre 2014 e 2019, manteve a segunda posição, com 41,7% de participação, menor taxa dos últimos 10 anos. A participação do comércio de veículos automotores, peças e mo-tocicletas recuou de 13,6% em 2012 para 8,7% em 2021.