O primeiro impacto da redução da taxa básica de juros, de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, no primeiro corte em três anos, passou longe de ser animador. Mas também poderia ser melhor. Isto porque o dólar encerrou as operações em alta nesta quinta-feira, 3, subindo moeda norte-americana subiu 1,96%, cotada a R$ 4,89.
O indicativo de início de um ciclo de redução de juros, não é o único fator que influencia no mercado cambial. A desvalorização do real também traz como reflexo uma menor atratividade da moeda brasileira perante a moeda norte-americana. Afora isso, também há saída de estrangeiros em meio à redução da diferença entre os juros brasileiros e o de outras economias, mas com cenários financeiros mais estáveis.
A contrapartida veio da revista britânica “The Economist”, que publicou reportagem sobre o Brasil, destacando o sentimento mais otimista de investidores internacionais com o país. No texto é ressaltado que o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superou desconfianças de que o governo pudesse trilhar um caminho de recessão provocada por desajuste fiscal. Pelo menos até aqui.
“The Economist” salienta que a economia global reúne circunstâncias favoráveis ao Brasil, mas também menciona medidas de ajuste promovidas pelo governo e ressalta o papel de Fernando Haddad, caracterizado como um “eficiente ministro da Fazenda”. “Muitos economistas creditam a Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, grande parte do otimismo. Ele está por trás das duas grandes reformas que poderiam colocar o Brasil em uma base mais estável”, diz a Economist.
Em específico, a revista cita a reforma tributária e o arcabouço fiscal, ambas medidas em tramitação no Congresso, mas com grandes chances de aprovação ainda este ano.
Mas o mercado externo e a instabilidade em algumas regiões, como o aumento da taxa de juros em alguns países e outras decisões, acabam impactando os rumos dos investidores. É o caso da economia norte-americano. Sob risco de recessão, a agência de classificação de risco Fitch reduziu a nota de crédito do país, considerado o mais seguro do mundo, e provocando mau humor generalizado pelos mercados em nível global.