Entidades tradicionalistas realizaram um ato, na manhã deste domingo, na Rótula das Cuias, junto ao Parque Harmonia, em Porto Alegre, defendendo a continuidade dos trabalhos de construção do Parque da Orla para a realização do Acampamento Farroupilha. O ato, que terminou com uma caminhada e cavalgada, teve ainda a presença de autoridades como o vice-prefeito Ricardo Gomes, secretários, vereadores, representantes dos piquetes e da GAM3 Parks, concessionária administradora do parque.
A manifestação se opôs a grupos ligados ao meio ambiente que pedem estudos mais aprofundados para a requalificação do parque. “O Ministério Público já fez uma vistoria aqui com a bióloga da concessionária GAM3 Parks, e viu que está tudo certo. Acontece que eles [ambientalistas] estão minando muito, e agora a questão está tomando um corpo muito maior. O novo incomoda muita gente”, disse o presidente da Associação dos Piquetes do Parque da Estância da Harmonia (Aspergs), Vanderlei Avila.
Ainda segundo ele, “o parque está ganhando uma outra cara, com drenagem e acessibilidade nunca vistas”. “Nossa mobilização é justa. A parte das obras no Acampamento está pronta, falta só compactar o solo. Estamos bem engajados com advogados renomados de Porto Alegre, tradicionalistas, e um deles se prontificou a entrar com processo contra estes que estão minando a situação de forma ilegal”, disse Avila.
O diretor de Inovação e Mercado da GAM3 Parks, Vinicius Garcia, explica que as obras seguem “a todo vapor”. “É o ano da infraestrutura, em que temos de fazer este processo conforme obrigação do edital. Esperamos que dê tudo certo e possamos continuar para garanti-la ao Acampamento Farroupilha deste ano”, afirmou ele. Ainda segundo Garcia, todas as documentações foram apresentadas aos órgãos competentes, e reforçou que não se sustenta o argumento da supressão de vegetação, apontada pelos ambientalistas, em razão das compensações previstas no projeto.
“Nestes dois anos e meio, 103 árvores foram retiradas de uma autorização que temos de 432, só que não queremos chegar neste limite. Das retiradas, 40 estavam em estado precário e duas estavam mortas, então, para a obra, foram apenas 60. Entendemos que a maior parte da necessidade já foi retirada. Queremos mitigar o mínimo possível”. A legislação ambiental do município também prevê que sejam plantadas cinco árvores para cada uma retirada, o que está sendo cumprido, segundo a GAM3 Parks, e que os novos exemplares terão altura similar.
A presidente da Comissão Municipal dos Festejos Farroupilhas, Liliana Cardoso, discursou aos presentes dizendo que o Acampamento nunca precisou derrubar árvores, construindo os galpões em torno delas. “Reconhecemos a luta de cada um destes piquetes. Uma drenagem que não se termina por conta da inundação do parque vai sim afetar nosso Acampamento”, afirmou ela, acrescentando que a paralisação dos trabalhos no Harmonia é “um desrespeito” às 232 famílias que se inscreveram para construir piquetes durante a realização do evento, que ocorre em setembro.