Após 20 anos, pesquisa vai atualizar como a população se desloca por Porto Alegre

Pesquisa de Origem e Destino e Domiciliar (EDOM) visita 10 mil domicílios a partir de terça-feira

Foto: Guilherme Almeida/CP

Um levantamento municipal para entender o deslocamento da população em Porto Alegre começa na próxima terça-feira em 10 mil domicílios sorteados nos 94 bairros da capital. A Pesquisa de Origem e Destino e Domiciliar (EDOM), cuja edição mais recente ocorreu há 20 anos, em 2003, vai buscar compreender como as pessoas se locomovem pela cidade, de que forma, em que horários e utilizando que tipo de modal. De acordo com o secretário Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), Adão de Castro Júnior, a amostragem deve permitir um recorte local consistente.

A pesquisa, realizada pelo Consórcio CGC, contratado por licitação, deve ser finalizada em 18 meses. “Vamos obter uma grande massa de dados que, no fim, vai nos ajudar a entender questões bastante amplas, além de subsidiar um novo grande plano de transporte que vai trazer um redesenho da cidade de Porto Alegre”, aponta ele. Em um projeto-piloto, que antecedeu a pesquisa, 85 unidades foram visitadas entre junho e julho.

O levantamento vai ser realizado de terça-feira a sábado, das 8h às 19h, iniciando-se pelos bairros Floresta e São Geraldo, na zona Norte, seguindo depois para o São João, Navegantes, Passo D’Areia, Auxiliadora e demais pontos da região. Os entrevistadores estarão identificados com um colete e crachá. Em caso de dúvidas, a população pode consultar a identidade pelos telefones 118, da EPTC, e (11) 3097-8112, do consórcio, onde também vai ser possível agendar a pesquisa caso o morador não tenha sido encontrado em casa.

Prefeitura estima que pandemia modificou deslocamento na cidade
Para o secretário, no tempo entre a última EDOM e a próxima ocorreram modificações nos modais de transporte na capital, com a inclusão do transporte por aplicativos e bicicletas por sistema de aluguel, por exemplo. “A pandemia também modificou os deslocamentos, com a maior difusão do home office, crescimento de compras pela Internet e aumentando as entregas”, comenta Castro Júnior.

No entanto, há grandes gargalos relacionados ao transporte público ainda a serem resolvidos, e que poderão, nas palavras dele, ser atacados a partir dos resultados do levantamento. A pesquisa quer entender, inclusive, como a população que usa ônibus paga a tarifa, por exemplo.

Além da visita domiciliar, os pesquisadores também farão a contagem volumétrica de veículos, em cada região da cidade, nas 24 horas do dia. A ideia é ainda que sejam feitas blitzes em alguns desses locais e entrevistar os motoristas sobre origem e destino das viagens.