A Polícia Civil informou que toma, a partir de segunda-feira, os depoimentos de colegas da socorrista do Samu Lorezete Duarte, de 45 anos, que morreu ao cair de um penhasco em meio a um atendimento, na manhã de quarta-feira, em Frederico Westphalen, no Noroeste gaúcho.
Internada com traumatismo craniano no Hospital de Clínicas de Passo Fundo, ela não resistiu às lesões e morreu horas após o ocorrido. Lorezete caiu de um paredão de pedras de cerca de 11 metros ao tentar salvar um homem, de 22, que caiu junto, mas só teve ferimentos leves. O jovem, que já recebeu alta do Hospital Divina Providência, vai agora ser investigado.
Conforme o delegado responsável pelo inquérito, Jacson Oiliam Boni, as autoridades vão respeitar o luto dos colegas da vítima, devendo retomar as investigações só na próxima semana.
“Vamos colher mais elementos que forem necessários para a investigação e, ao final, realizar o interrogatório do investigado. A partir do momento em que tivermos a plena consciência e conhecimento dos fatos, exatamente como ocorreu, vamos tomar uma conclusão jurídica acerca de eventual responsabilização criminal. A gente acredita que, em uma ou duas semanas, teremos uma conclusão do inquérito policial. Estamos dando prioridade para esse caso”, declarou.
O delegado afirmou que, até o momento, o que se sabe é que o jovem chegou ao alto do penhasco com suposta intenção suicida. Acionada, a Brigada Militar tentou convencê-lo a mudar de ideia. “E, nisso, chegou o Samu. Foi quando a vítima [Lorezete] teria tentado, então, agarrá-lo e trazê-lo de volta à parte mais segura, para evitar que ele se jogasse. Nesse momento, eles, juntos, caíram do penhasco. Ele teve ferimentos, mas que não foram graves, e ela, infelizmente, veio a falecer. Ela tentou, até onde a gente sabe, tirá-lo da borda do penhasco. A gente só não sabe dizer exatamente ainda qual foi a exata causa [da queda]. Se os dois se desequilibraram e caíram, ou se ele realmente fez um movimento com o corpo, de forma a levá-la junto”, detalhou.
Ainda conforme a polícia, o investigado vai ser o último a prestar depoimento. “Primeiro, nós temos que ter todos os outros elementos, todas as testemunhas, para, ao final, com todo esse conjunto, realmente fazer o interrogatório da pessoa investigada”, afirmou o delegado.
Na quarta, a Prefeitura de Frederico Westphalen decretou luto oficial de três dias. Várias homenagens foram prestadas a Lorezete, em todo o Rio Grande do Sul, sobretudo entre socorristas, bombeiros voluntários e equipes de resgate e atendimento médico.
Nesta sexta-feira, um cortejo em Frederico Westphalen reuniu familiares, amigos e colegas da vítima.