A empresa contratada para realizar os estudos necessários para a demolição do edifício Galeria XV de Novembro, conhecido como “Esqueletão”, entregou nesta semana o relatório final à Prefeitura de Porto Alegre, divulgado nesta sexta-feira. A partir de agora, técnicos da Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos (Smpae) vão começar a análise do material, a fim de que a forma que a demolição seja definida até o início de agosto.
A Procuradoria-Geral do Município (PGM) atua na interlocução com o Poder Judiciário, que autorizou a demolição do imóvel em 18 de abril. O município deve, agora, definir se o prédio vai ser demolido tijolo a tijolo, implodido com dinamites, ou meio a meio, conforme explica o titular da Smpae, Cezar Schirmer.
“Nós estamos examinando se vai ser demolição por explosão, que eu acho que não, ou tijolo a tijolo, ou as duas. São estudos bem aprofundados, 500 páginas de relatório, que envolve impacto de vizinhança, envolve a demolição propriamente dita, prazo, custo, descarte, proteção das pessoas no entorno. Então nós estamos examinando para ver que caminho seguir”, detalha.
As 500 páginas de relatório contêm, entre outros itens:
• Impactos na vizinhança de cada alternativa a ser proposta;
• Prazo de demolição e o respectivo custo;
• Possibilidade de reutilização do material demolido;
• Plano de descarte de logística dos materiais, contendo local para armazenagem provisória, pontos de bota-fora para os materiais retirados, custos de descarte e possíveis alterações no trânsito local.
A iniciativa, proposta pela Smpae, teve como objetivo dar agilidade à elaboração do projeto. A etapa antecede a contratação da empresa que vai demolir o imóvel.
“O importante é ter convicção, e nós temos essa convicção, que um assunto que nos desafiava há 70 anos finalmente vai ser resolvido. Aquela ferida ali no centro de Porto Alegre, aquela feiura, ela vai desaparecer em seis, oito, dez meses, enfim, num tempo razoável”, projeta Schirmer.
A expectativa é de que a demolição ocorra entre o fim deste ano e o início do ano que vem.
Relembre
O prédio de 19 andares, com área superior a 13 mil m², conta com três pavimentos residenciais e um centro comercial no térreo. Construído a partir da década de 1950 pela Sociedade Brasileira de Construção. Porém, a obra nunca chegou a ser concluída.
Entre 1988 e 2018, diversas ações judiciais foram movidas visando a desocupação do local. Mas, somente em 2019, a pedido do município e do Ministério Público Estadual, entrou em vigor a determinação judicial atual: de interdição e desocupação total do prédio.
Em 2021, a prefeitura contratou o Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme), da Ufrgs, para a elaboração de laudo técnico. No mesmo ano, cumpriu o mandado de desocupação total do prédio.
Em agosto de 2022, com base no estudo da Ufrgs, o município pediu ao Judiciário autorização para demolir o Esqueletão. Em 18 de abril de 2023, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) autorizou o processo.