O modelo Atacarejo e sua relevância para o mercado gaúcho foi tema central do MenuPOA desta terça-feira, 11, tradicional evento realizado pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA). O encontro reuniu especialistas da área de varejo para conversar sobre esse modelo que cresce em Porto Alegre, Região Metropolitana e pelo interior do Estado. A mediação foi realizada pela presidente da ACPA, Suzana Vellinho Englert com participação especial da jornalista, Patrícia Comunello, colunista do Minuto Varejo, do Jornal do Comércio.
O evento teve a participação online do ex-presidente do Atacadão e fundador da Associação Brasileira de Atacadistas de Auto Serviço José Roberto Meister Mussnich direto de Lisboa, em Portugal. Para ele, o nome “atacarejo” foi criado no Brasil no ano de 2003. “Dados da Nielsen confirmam que temos 70% de penetração nos lares brasileiros. Esse resultado é impressionante se considerarmos que não temos 20 anos desse modelo em atividade”, destacou.
DESEMPENHO
O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS) e vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Antônio Cesa Longo, afirmou que “o gosto do gaúcho é o gosto do bolso”. Longo enfatizou que o consumidor está atento à proposta do modelo. “Não dá só para colocar o nome atacarejo na fachada. É preciso praticar o que se propõe”, complementou. O dirigente destacou ainda o bom desempenho de vendas que as lojas estão tendo com os benefícios sociais repassados pelo Governo Federal.
Para o diretor-presidente do Grupo IMEC – IMEC Supermercados, Desco Super&Atacado, Eneo Karkuchinski, o modelo caiu no gosto do consumidor gaúcho. Segundo Karkuchinski, é possível praticar preço, pois o custo da operação é mais baixo. ”Inflar o mix de produtos não é o caminho. Não queremos competir com o supermercado”, explicou.
Os participantes concordaram que, se a legislação tributária fosse simplificada, ajudaria muito a concorrência com outros estados e com investidores do exterior. Para Mussnich, as diferentes regras dificultam a concorrência justa. Outro tópico da pauta foi a Inteligência Artificial (IA). Karkuchinski falou sobre a presença da IA nos negócios.
“Está muito presente no controle de eficiente de custos e no desenvolvimento de campanhas dirigidas ao consumidor, além do controle de estoque, que está diretamente ligado à eficiência de custos”. Para Longo, o setor é munido de muitas tecnologias que auxiliam no desenvolvimento do negócio, mas a gestão e as pessoas ainda são fundamentais. “A inteligência artificial não colocar etiqueta na prateleira e não atrai consumidor. É preciso fazer o básico bem feito”. Mussnich entende que a IA complementa o funcionamento do que já é executado e agrega no andamento dos processos.