Brasil assume comando do Mercosul nesta terça

Bloco tem um enfrentamento com a União Europeia para formalização de um acordo comercial

Segundo os Ministérios da Economia e das Relações Exteriores, o instrumento aprofunda a integração regional | Foto: Isac Nóbrega / PR / Divulgação / CP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o novo presidente do Mercosul a partir desta terça-feira, 4, no encontro que reúne os presidentes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de outros sete sul-americanos associados, exceto a Venezuela. Ele recebe, depois de 13 anos, o cargo do presidente da Argentina, Alberto Fernândez, em um cenário de enfrentamento com a União Europeia.

Outro tema que estará na pauta da 62ª da cúpula, que acontece no lado argentino das Cataratas do Iguaçu, em Puerto Iguazú, é o desejo do presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle Pou fechar um acordo comercial com a China, disposição que vem sendo criticada por Brasil e Argentina. O Mercosul, segundo dados oficiais, movimentou US$ 46,1 bilhões entre os países que fazem parte do bloco e US$ 727 bilhões no comércio com o resto do mundo em 2022, especialmente com a China e Estados Unidos.

IMPASSE

Negociado desde 1999, o acordo Mercosul-União Europeia foi concluído em 2019, primeiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro, mas aguarda a conformidade dos dois blocos.  O principal impasse está na tentativa dos europeus em tornar obrigatório alguns compromissos voluntários, o que antes não era exigido, entre os quais aqueles que envolvem o meio ambiente.

Lula participará do bloco pela primeira vez neste terceiro mandato e poderá trazer à tona suas divergências com a União Europeia. A mensagem de Lula para o bloco vai incluir a retomada da prioridade da união e a integração da região não só no comércio, mas na infraestrutura, saúde e defesa.