Sem quórum, AL adia em uma semana votação de projeto que impede alterações em símbolos gaúchos

Falta de parlamentares se registrou no fim da tarde, depois que 10 textos já haviam sido aprovados em plenário

Foto: Celso Bender/ALRS

A votação da PEC 295/2023, que estabelece proteção e imutabilidade dos símbolos do Estado do Rio Grande do Sul, ficou para a próxima terça-feira, 4 de julho, por falta de quórum na Assembleia Legislativa.

Para ser aprovado, o projeto, de autoria do deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (PL) e outros 19 parlamentares, precisa de 33 votos a favor. No momento da discussão do texto, no fim da tarde, havia apenas 17 deputados em plenário.

A retirada de quórum, pelos próprios proponentes, ocorreu após a apresentação de uma emenda que muda a redação original. Nela, o deputado Luiz Marenco (PDT) permite alterações no hino, no brasão e na bandeira através de referendo, com o voto da população gaúcha.

“Se quiserem mudar o hino, faça-se um referendo, estou protegendo os símbolos, estou protegendo o hino, mas coloco à população, que é a proprietária dos nossos símbolos, do nosso hino, para que decida o que deve ser feito. O nosso PL é neste contexto, não tem a palavra imutabilidade e protege da mesma forma”, afirmou Marenco, em entrevista à Rádio Guaíba. O parlamentar já havia apresentado um projeto sobre o tema em 2021 e, agora, transformou a proposta em emenda.

Conforme Lorenzoni, a emenda surgiu como uma alternativa de convergir as duas propostas em torno de ampliar a proteção dos símbolos gaúchos. “Nós buscamos encontrar um espaço de convergência, já que tínhamos dois projetos com o mesmo objetivo e não tinha porque um se sobrepor ao outro. Dessa forma, nós construímos, e eu sou um dos signatários da emenda do deputado Marenco, para que a gente pudesse alinhar propostas e deixamos no texto da Constituição do RS que os símbolos do estado estão protegidos, como eles são hoje até o momento, mas com a possibilidade de se discutir uma alteração através de um referendo”, explicou. 

Sobre a retirada de quórum, o deputado do PL enfatizou a ausência em plenário, no fim da tarde, de deputados comprometidos em garantir a aprovação. Ele também disse confiar que isso ocorra, em primeiro turno, na semana que vem.

Lorenzoni protocolou a PEC, aprovada em duas comissões temáticas, depois que deputados e movimentos de esquerda passaram a defender a alteração de um trecho do Hino Rio-Grandense. O grupo entende que existe conotação racista na passagem que menciona que “povo que não tem virtude / acaba por ser escravo”. Até o momento, porém, nenhuma proposta com esse objetivo havia sido oficialmente apresentada.

Mais cedo, ainda com quórum em plenário, a Assembleia aprovou 10 das 13 proposições incluídas na Ordem do Dia desta terça – entre elas, seis com origem no Executivo que haviam passado a trancar a pauta. Também foram aprovados projetos de parlamentares e da Mesa Diretora. 

Confira os projetos aprovados hoje:

– PL 219/2022, que altera a composição do Conselho Estadual de Saúde.

– PL 258/2023, que prorroga os contratos emergenciais do Instituto Geral de Perícias (IGP).

– PL 260/2023, que altera o plano de empregos do Badesul.

– PL 261/2023, que transfere a titularidade da RSC 480 para São Valentim.

– PL 262/2023, que transfere titularidade da VRS 8013 para Garibaldi.

– PL 193/2023, que autoriza o Daer/RS a transferir ao município de Arroio do Padre a titularidade de segmento da rodovia ERS-737.

– PR 5/2023, que altera a lei que instituiu o Regulamento Geral da Alergs.

– PR 6/2023, para a inclusão de três setores no prêmio “Folha Verde’.

– PL 156/2023, que consolida a legislação sobre mulheres vítimas de violência.

– PL 254/2019, que declara o Festival da Barranca como bem integrante do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.

*Com informações do repórter Felipe Nabinger/Correio do Povo