Em festival na França, Lula defende que países ricos financiem proteção de florestas

Presidente discursou no encerramento do evento Power Our Planet

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou os países ricos pela crise climática ao discursar para uma multidão, na tarde desta quinta-feira, em Paris, no encerramento do evento Power Our Planet. A participação no evento ocorreu a convite de Chris Martin, vocalista da banda britânica Coldplay.

“Não é o povo africano que polui o mundo, não é o povo latino-americano que polui o mundo. Na verdade, quem poluiu o planeta nos últimos 200 anos foram aqueles que fizeram a Revolução Industrial. E, por isso, têm que pagar a dívida histórica que têm com o planeta Terra”, afirmou Lula, aplaudido durante o discurso.

O festival Power Our Planet é um evento paralelo à Cúpula para o Novo Pacto Financeiro Global, que busca ampliar esforços para ajudar países pobres e emergentes a lidarem com os problemas decorrentes da mudança climática. O evento ocorreu no Campo de Marte, em frente à Torre Eiffel, e também contou com a presença de líderes do Timor-Leste, Barbados, Gana e Quênia, além da prefeita de Paris, Ane Hidalgo.

Lula destacou a Amazônia em números, lembrando que a maior floresta tropical do planeta está inserida em oito países sul-americanos e abriga mais de 400 povos indígenas, com cerca de 300 idiomas diferentes. “A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e responde por 40% das florestas tropicais do planeta. Representa 6% da superfície e tem o rio mais caudaloso da Terra”, ressaltou o presidente.

Em um dos momentos mais aplaudidos, Lula reafirmou o compromisso de zerar o desmatamento na floresta até 2030. “Quando tomei posse, em 1º de janeiro, assumi a responsabilidade de que, até 2030, teremos desmatamento zero na Amazônia. A Amazônia é um território soberano do Brasil, mas, ao mesmo tempo, pertence a toda humanidade. E, por isso, faremos todo o esforço para manter a floresta de pé”, afirmou.

Ao encerrar o discurso, Lula convidou a comunidade internacional a comparecer à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em 2025, a ser realizada em Belém (PA).

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