A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou, nesta terça-feira, sete ofícios a governos estaduais e prefeituras municipais, informando que um total de oito servidores públicos viraram réus em ações civis públicas movidas pela instituição contra presos em flagrante por participar da depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.
Três deles também foram arrolados no inquérito 4922, que investiga os executores materiais dos crimes. O processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nos documentos, a AGU esclarece estar fornecendo as informações para que os entes adotem as providências que entenderem cabíveis. Para o órgão, não só a União, mas também Distrito Federal, estados e municípios devem defender a democracia e atuar de forma cooperativa no tema.
Os documentos enviados pela AGU foram apenas os primeiros oriundos de análise do vínculo dos envolvidos no 8 de janeiro com a administração pública de outros entes. O procedimento segue em andamento, ou seja, novos ofícios podem ser encaminhados em breve caso seja constatado que outros réus das ações compõem governos estaduais ou prefeituras municipais.
Após cinco meses dos ataques, 253 suspeitos de envolvimento permanecem presos, aguardando julgamento, sendo 186 homens e 67 mulheres. Pessoas já liberadas, monitoradas por tornozeleira eletrônica, se comprometeram a comparecer à Justiça e a não deixar a área territorial das comarcas onde vivem.
Os prejuízos foram estimados em R$ 26,2 milhões até o momento. A Advocacia-Geral da União buscou a Justiça para pedir que as pessoas participaram da invasão e da depredação sejam condenadas a ressarcir os danos causados ao patrimônio público.