A Juíza Geovanna Rosa, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Canoas, recebeu, nessa sexta-feira, a denúncia do Ministério Público contra seis pessoas acusadas de praticar tortura e extorsão contra dois homens. A dupla havia sido flagrada furtando carne em um supermercado no bairro Marechal Rondon, em outubro de 2022, no município da região Metropolitana.
Segundo a denúncia do MP, os réus constrangeram as vítimas com emprego de violência e graves ameaças com objetivo de obter confissão sobre a autoria de furtos cometidos no local.
Foram responsabilizados o ex-gerente do estabelecimento, Adriano Dias, o primeiro-tenente da reserva Gilmar Cardoso Rodrigues (falecido em março) e os soldados Gustavo Henrique Inácio Souza Dias e Romeu Ribeiro Borges Neto. Outros dois funcionários não tiveram os nomes revelados pela corporação. Já o ex-subgerente da loja, Jairo da Veiga, também denunciado, havia sido inicialmente indiciado por omissão.
Os agentes da Brigada Militar envolvidos no caso faziam “bico” no local, como seguranças vinculados à empresa Glock. As vítimas de tortura, de 32 e 47 anos, foram levadas a um depósito e passaram quase uma hora sendo agredidas até pagarem ao grupo R$ 644 em dinheiro mediante uma transferência eletrônica realizada pelo filho de um deles – o que permitiu a soltura.
De acordo com o inquérito criminal, 45 câmeras de monitoramento flagraram os atos de tortura. As filmagens chegaram a ser excluídas pelo funcionário do mercado, mas acabaram recuperadas por profissionais do Instituto-Geral de Perícias (IGP).