As Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) confirmaram, na noite desta quinta-feira, estar monitorando a evolução da febre maculosa no país. A nota conjunta minimiza os riscos para gaúchos que vivem em área urbana e reforça que a forma potencialmente letal da doença nunca se registrou no Rio Grande do Sul.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, entre 2007 e 2022, foram confirmados 17 casos de febre maculosa em cidades gaúchas, mas sem nenhum óbito. Não há confirmação de casos, neste ano, até o momento.
O comunicado esclarece que, no Rio Grande do Sul, a febre maculosa não costuma ser notificada em zona urbana, e que a maior parte dos casos envolveu pessoas que frequentaram áreas de mata densa, trabalhando ou fazendo atividades de caça e trilha.
A doença, causada por bactérias do gênero Rickettsia, pode acometer humanos e animais depois de transmitida pela picada do carrapato-estrela, quando infectado. Apesar de comum em quase todo o Brasil, essa espécie não se desenvolve, por questões climáticas, no Rio Grande do Sul.
Em território gaúcho, a transmissão da doença está associada a carrapatos do gênero Amblyomma, encontrados em animais silvestres e, ocasionalmente, em cães e gatos, detalha a nota. As Secretarias também advertem que o carrapato bovino (Rhipicephalus microplus) não transmite a doença ao ser humano e que o carrapato do cão (Rhipicephalus sanguineus), comum em áreas urbanas, não se revela um vetor relevante da febre maculosa.
Ainda conforme a nota, existem dois tipos de febre maculosa no Brasil: um deles, com alto potencial de letalidade, provocado pela espécie Rickettsia rickettsii; e outro, mais brando e não-letal, causado pela espécie Rickettsia parkeri. A forma potencialmente letal ocorre principalmente na região Sudeste do Brasil e, eventualmente, no Paraná. São Paulo concentra a maioria dos casos letais, após os pacientes apresentarem febre e manchas hemorrágicas pelo corpo.