As boas notícias, pelo menos por hora, não param. Os recuos dos indicadores inflacionários já são uma realidade em diferentes institutos. O último deles foi o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A inflação desacelerou na passagem de maio para todas as faixas de renda familiar, mas aliviou mais a alta renda. Apesar da trégua generalizada, as famílias nas classes mais baixa, este perfil de consumidor ainda sentiram uma alta de preços maior que a dos demais grupos, enquanto os mais ricos perceberam uma deflação maior.
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação desacelerou de 0,60% em abril para 0,33% em maio para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta, a inflação passou de 0,68% em abril para um recuo de preços de 0,08% em maio. Com o resultado, a inflação acumulada nos 12 meses encerrados em maio foi de 5,05% na faixa de renda alta e de 4,17% na faixa de renda muito baixa.
Junte-se a isto as estimativas macroeconômicas de instituições financeiras, como os bancos privados, que agora já projetam crescimento do PIB em 2023 de 2,3%, quase 1 ponto percentual acima da taxa de 1,4% esperada antes. A razão deste otimismo está no crescimento acima do esperado no primeiro trimestre e da expectativa de que, a despeito dos efeitos do aperto monetário, o consumo vai se manter sustentado pela renda nos próximos trimestres.
Nesta linha, pelo menos nesta terça-feira, a cotação do dólar vem ajudando e fechou o pregão em R$ 4,86, uma queda de 0,08%. O desempenho tem uma relação direta com a perspectiva de queda da taxa de juros nos EUA pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano, em sua reunião desta quarta-feira, 14. O núcleo da inflação continua estagnado em 0,4% ao mês, o que pode não ser suficiente para conter a alta de juros. O CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês), que calcula a inflação oficial teve uma taxa de 4% no acumulado de 12 meses até maio.
A Bolsa brasileira operava em leve queda no início da tarde desta terça-feira após ter registrado sete pregões seguidos de alta, puxada principalmente pelas ações da Petrobras. No fechamento chegou a uma queda de 0,28%, a 116.999 pontos.