Junho promete ser um mês promissor para o setor de bares e restaurantes, de modo especial graças ao Dia dos Namorados, data tradicionalmente lucrativa para muitos estabelecimentos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 81% dos empresários do ramo esperam um aumento no faturamento em comparação com a mesma data no ano passado. Do total, 60% acreditam que o incremento será de até 30%.
Segundo o presidente da Abrasel no RS, João Melo, a celebração terá características específicas em 2023 por cair no início da semana. “O Dia dos Namorados sempre foi um dia representativo no faturamento dos restaurantes. Traz uma comemoração com jantares mais elaborados, ticket médio mais alto”, detalha João, que completa “Muitos estabelecimentos que não abrem na segunda estão planejando cardápios especiais e abrindo reservas. E também abre a possibilidade, pela data cair na segunda, dos casais planejarem jantares e passeios durante o final de semana”.
Em relação ao cenário econômico das empresas do setor, observou-se uma melhora significativa em comparação com meses anteriores. Em abril, 26% dos estabelecimentos relataram prejuízo, uma redução de 11 pontos percentuais em relação aos 37% registrados em março – e o melhor resultado do ano que já chegou a atingir quase metade dos bares e restaurantes. O número de empresas que trabalharam em equilíbrio foi de 33%, enquanto 41% tiveram lucro.
“O número de estabelecimentos com prejuízo segue alto, preocupando o setor e é algo que levará um tempo para ser resolvido. O índice nos mantém antenados e por isso vale aproveitar datas como o Dia dos Namorados em busca da chance de ter um dia a mais com movimento bom no mês”, completa o presidente.
EMPRÉSTIMOS
Em relação aos empréstimos, a pesquisa revelou que 8 em cada 10 estabelecimentos consultados possuem empréstimos contratados atualmente, sendo que 86% destes obtiveram crédito pelo Pronampe. Após a promulgação da nova lei em abril, que permite a prorrogação dos prazos de pagamento junto aos bancos, 10% solicitaram renegociação e obtiveram sucesso, enquanto 12% estão aguardando resposta.
Por outro lado, 16% solicitaram e não conseguiram renegociar, e 62% ainda não realizaram a solicitação. A inadimplência em relação ao programa é de 9%, acima da média do mercado, que é de 4,1%. “O endividamento do setor é um problema recorrente e que precisa de solução, porque inviabiliza negócios. Se o empresário já tá endividado, não consegue mais crédito para continuar expandindo”, define João.