Pesquisa traça um perfil para o segmento de óticas no Estado

Levantamento da Fecomércio-RS sonda percepções dos empresários sobre cenário atual do setor

A maioria dos empreendimentos (73%) do setor de óticas tem apenas um estabelecimento, sendo que o espaço físico para a maior parte dos negócios (88,3%) é alugado. Este é o resultado da primeira edição da Sondagem do Segmento de Óticas de 2023, da Fecomércio-RS. Realizada de 18 de abril a 10 de maio de 2023, a pesquisa abordou 385 entrevistas com estabelecimentos do segmento, selecionados de forma aleatória no Rio Grande do Sul, sendo todos optantes pelo Simples Nacional.

No que diz respeito ao percentual do faturamento proveniente de artigos óticos, em 46,2% dos estabelecimentos o percentual supera 75% do faturamento mensal, enquanto para 32,5% a participação dos artigos óticos fica entre 50% e 75% do faturamento. Em relação às finanças, apesar da maioria dos entrevistados afirmar que realiza a análise das mesmas mensalmente (67,5%), há ainda quase um quarto dos negócios (23,9%) que relatam um controle muito superficial, ou ausente.

Entre outros aspectos – relação com os fornecedores, tomada de empréstimos, controle de estoques – a pesquisa abordou questões relacionadas às vendas e às estratégias adotadas para impulsioná-las. Depois de publicações nas páginas da empresa (Instagram e Facebook), item citado pela grande maioria dos entrevistados (87,3%), a elaboração de vitrines apareceu como segunda estratégia mais usada (64,9%), seguido da utilização de cartazes nas lojas (56,4%) e anúncios pagos nas redes sociais (42,1%).

Em relação aos resultados das vendas nos últimos seis meses, 72,7% consideraram o desempenho como, no mínimo, bom. Para 24,7% o desempenho foi regular e em 2,6% dos casos foi ruim. Quando questionados se as vendas haviam atendido suas expectativas, 68,6% indicaram que sim, enquanto 5,7% responderam que as vendas superaram o que era esperado, enquanto para 25,7% as vendas foram inferiores às expectativas. Sobre os principais empecilhos percebidos pelo segmento, o mais citado (26,5%) foi o baixo crescimento da economia brasileira, seguido pela carga tributária (16,4%), pirataria de produtos (11,9%) e a forte concorrência informal (11,2%) somam juntas 23,1% das indicações de empecilhos ao crescimento das vendas dos negócios dos entrevistados.

“O segmento de óticas tem se deparado com um cenário em que, além do desafio conjuntural da situação de endividamento e inadimplência das famílias que repercutem diretamente no risco de crédito e nas condições de parcelamento importantes para a dinâmica de seus negócios, vem enfrentando há anos a concorrência desleal que decorre da presença da oferta de produtos piratas que afetam não apenas as condições de competição nesse mercado, mas trazem risco ao consumidor e, portanto, requerem atenção e ação pública contínuas de combate à informalidade”, avaliou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

Quanto às expectativas, 48,1% acreditam que as vendas devem se manter estáveis e 49,1% apostam na melhora – 32,5% esperam que melhore um pouco e 16,6% esperam que melhore muito. Apenas 2,8% estão pessimistas quanto às vendas nos próximos seis meses. A pesquisa apontou, ainda, que 23,4% dos entrevistados pretendem aumentar o quadro de funcionários nos próximos seis meses. Já 49,4% acreditam que irão manter o quadro de trabalhadores, ao passo que 1% esperam diminuição. Os demais 26,2%, no entanto, não souberam afirmar sua expectativa quanto à força de trabalho. Confirma o material completo em https://www.fecomercio-rs.org.br/documentos/publicacoes