Não é novidade que o azeite de oliva brasileiro vem ganhando força e, gradualmente, caindo no gosto dos brasileiros. Mesmo que, atualmente, 99% dos azeites consumidos aqui ainda sejam importados, o 1% restante, produzido em regiões mais ao Sul do Brasil, vem ganhando cada vez mais espaços. Um exemplo é a Verde Louro Azeites, que anunciou uma safra de mais de 32 mil litros de azeite em 2023, o dobro do registrado no ano passado.
A empresa nasceu em 2011, em Canguçu, no sul do Rio Grande do Sul. Como as oliveiras levam entre 4 e 5 anos para dar seus frutos, a primeira safra ocorreu em 2016. “Desde 2017, ano seguinte da nossa primeira safra, já tivemos 66 premiações internacionais, sendo 39 delas com medalha de Ouro. O azeite nacional ainda é pouco conhecido, embora a realidade venha mudando”, comenta a diretora da empresa, Mita Fuhrmann.
COLHEITA PRECOCE
Segundo ela, a safra atual, como as demais, foi produzida com uma colheita precoce, que dá origem a azeites de mais qualidade. “O custo é maior, pois conseguimos aproveitar 10 a 12% da azeitona. Prezamos, sobretudo, pela qualidade, não pela concorrência apenas no preço”, destaca.
Atualmente, a Verde Louro trabalha com oito variedades de azeites, sendo cinco delas de produção contínua. “Como um produto natural, temos todas as influências de clima, por isso por vezes não conseguimos produzir uma ou outra variedade”, explica. Além dos monovarietais (uma variedade de azeitona), Mita explica que são produzidos blends (com mais variedades de azeitonas), além de uma linha kids.
“A linha kids foi pensada olhando para dentro de casa. Meus filhos gostam de azeite, mas de variedades mais leves e frutadas, produzidas com azeitonas mais maduras. Assim, somos pioneiros em criar uma linha específica para crianças no Brasil”, conta a empresária. Atualmente, a marca produz as variedades Arbequina, Arbosana, Koroneiki, Frantoio, Picual, Coratina, Blend e as linhas kids Koroneiki e Arbequina.
MERCADO
De acordo com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (IBRAOLIVA) o Brasil tem 7 mil hectares de área plantada com oliveiras. A produção é realizada, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Apesar dos avanços, o mercado nacional é um dos mais modestos do mundo, com o consumo anual per capita de 0,4 litro por pessoa — para efeito de comparação, na Grécia o índice gira em torno de 13 litros per capita.
Com uma produção de 3,5 mil toneladas de azeites por ano, o Brasil se destaca como um grande importador do produto. Em 2022, conforme o International Olive Council (OIC), foram importadas 106,4 mil toneladas, terceiro maior volume do mundo – atrás apenas dos Estados Unidos e União Europeia.
