O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito sobre as supostas ofensas do senador Magno Malta (PL-ES) ao jogador de futebol Vinicius Jr., do Real Madrid. Nesta terça-feira, Malta atacou veículos de comunicação que repercutem o caso de racismo contra o jogador, ocorrido na Espanha no último domingo.
“Cadê os defensores da causa animal, que não defendem o macaco? O macaco está exposto. Veja quanta hipocrisia. E o macaco é inteligente, é bem pertinho do homem, a única diferença é o rabo”, disse, em uma reunião da Comissão de Assuntos Econômicos. “Se fosse um jogador negro, eu entraria em campo com uma leitoinha branca nos braços. Falava assim: olha como não tenho nada contra branco. Eu ainda como, se tiver”, completou o parlamentar.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a repudiar os casos de racismo contra o atleta e afirmou que o governo dele vai adotar políticas de estímulo à promoção da igualdade racial.
“Não vamos tolerar racismo nem contra brasileiros nem contra africanos no Brasil. Por isso, repudiamos com veemência os ataques racistas que o jogador Vinícius Jr. e tantos outros atletas vêm sofrendo reiteradamente. Podemos honrar nossa herança africana fazendo da promoção da igualdade racial um eixo contínuo ligando políticas nacionais à atuação internacional do país”, disse o presidente.
No domingo, o jogador se pronunciou pela primeira vez sobre os ataques racistas que vem sofrido. Em postagem nas redes sociais, ele criticou a LaLiga, federação reguladora do futebol espanhol.
“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, escreveu.