As despesas do dia a dia de Jair Bolsonaro (PL) e da família dele eram pagas em dinheiro vivo, dizem os advogados do ex-presidente. Em entrevista coletiva na noite desta segunda-feira, a defesa do ex-chefe de Estado também alegou que a via do cartão corporativo de Bolsonaro não chegou a ser usada e que o ex-presidente sequer ativou o cartão.
Cabia ao então ajudante de ordens Mauro Cid a função de movimentar a conta corrente de Bolsonaro. O tenente-coronel está preso, desde 3 de maio, por suspeita de fraude em comprovantes de vacinação. Os advogados afirmaram ainda que o ex-presidente não sabia os dados de acesso à própria conta.
“O presidente recebia, quando existente, o CNPJ do fornecedor e pagava os boletos. Todos os extratos serão apresentados oportunamente. Em caso de pequenos fornecedores, informais ou sem CNPJ, o presidente sacava os valores através do ajudante de ordens. Temos os valores de todos os meses da conta pessoal do presidente”, informou o assessor e advogado Fabio Wajngarten, que era ministro da Secretaria de Comunicação Social na gestão de Bolsonaro.
O motivo dos pagamentos em dinheiro vivo era, conforme a defesa, evitar “vazamentos”. As despesas do cotidiano da família incluem contas de água e luz e compras em supermercado. “São gastos da família do presidente, como contas de condomínio, água e luz, escola, compra de pizza, farmácia e manicure. Ou seja, prestação de serviços pequenos, para não expor o prestador de serviços e por segurança, em caso de compras de alimentos e supermercados, para proteger de ataques, como envenenamentos”, completou Wajngarten.