Mobilização dos motoristas de aplicativo segue até as 4h desta terça-feira

Motoristas exigem reajuste nos repasses e mais segurança

Foto: Guilherme Almeida/CP

Desde as 4h desta segunda-feira, cerca de 60 a 70% dos motoristas de aplicativo de Porto Alegre e da região metropolitana paralisaram as atividades para protestar por reajuste no valor das tarifas e por mais segurança. A paralisação, que ocorre em 18 estados do país, segue por 24h, até as 4h desta terça.

Os manifestantes defendem que o valor cobrado por quilômetro rodado passe de R$ 1 para R$ 2. O grupo também exige uma tarifa mínima de R$ 10 para corridas consideradas curtas, de até 3 quilômetros.

Na capital, o grupo saiu em carreata pelas principais vias da cidade e entregou um documento com as reivindicações ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT4) e à direção local da Uber. A plataforma de aplicativo de transporte 99, de portas fechadas, não recebeu os manifestantes.

Sindicato nega intenção de aumentar valor para o usuário

A presidente do Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo do Rio Grande do Sul (Simtrapli-RS), Carina Trindade, explica que a ideia não é aumentar o valor da tarifa ao usuário, mas diminuir o repasse obrigatório de cada motorista para as empresas de aplicativo, que atualmente é de 40 a 60% do valor total de cada corrida.

“A gente não quer que aumente o valor do usuário, o que queremos é que a Uber, a 99, as empresas de aplicativos descontem menos do motorista. Elas descontam de 40 a 60% de cada corrida, mas quem fica com todo o custo do carro, da manutenção, do aluguel, da gasolina, somos nós. Cerca de 30% do que ganhamos vai direto para combustível. O que a gente faz com o que sobra?”, questiona Carina.

A presidente do sindicato também explica que a paralisação só ocorreu porque um mês atrás havia sido feita uma aproximação com as empresas de aplicativo a fim de levar adiante estas reivindicações, sem nenhum retorno concreto até o momento.

O Simtrapli-RS também relata motoristas cumprindo carga horária de trabalho excessiva e enfrentando insegurança. A presidente da entidade, Carina Trindade, cobra que o cadastro de passageiro seja mais rigoroso, com foto e documento de identificação, por exemplo.

A paralisação das atividades resultou no aumento da tarifa dinâmica durante o dia.

O que disse a 99
Em nota, a 99 informou que, “ouvindo e conversando com cerca de 2 mil motoristas todos os meses, a empresa adotou soluções permanentes para incrementar os ganhos no app. Foi a primeira plataforma a oferecer a Taxa Garantida, que assegura aos condutores a taxa máxima semanal de até 19,99%”. E garante ter sido pioneira em iniciativas com o Adicional Variável de Combustível, “um auxílio no ganho que aumenta sempre que o combustível sobe”.

Além disso, ressalta outros programas como: Kit Gás; Consórcios com taxas mais baixas para a compra de veículo; Vantagens no aluguel de carros; o 99Loc, que amplia o acesso à locação de veículos; DriverLAB, um centro de inovação criado pela 99 para fortalecer o cuidado com o motorista e a redução de seus custos operacionais”.

A Uber não se manifestou até o fim da tarde.