As atenções do mercado financeiro estarão todas voltadas para informações sobre a terceira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que começa na manhã desta terça-feira, 2, e termina na quarta-feira, 3. Em seu discurso durante atos das centrais sindicais em São Paulo, nesta segunda-feira, 1, Dia do Trabalho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a taxa de juros e culpou a Selic pelo desemprego no País.
“A gente não poder viver mais em um país aonde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla, na verdade, o desemprego nesse país porque ela é responsável por uma parte da situação que nós vivemos hoje”, declarou.
Esta foi uma das muitas críticas de integrantes do governo Federal desde o começo de janeiro. Entretanto, o consenso entre analistas do mercado financeiro é de que o Banco Central manterá inalterada a Selic pela sexta vez consecutiva nos atuais 13,75% ao ano praticadas atualmente. As apostas são de que essa posição permanecerá inalterada até a reunião dos dias 20 e 21 de junho.
A expectativa para a reunião desta semana gira em torno das pistas contidas no comunicado do colegiado que será divulgado na noite de quarta, após a decisão. Apesar dessa estabilidade da taxa básica de juros, o custo do crédito no mercado dispara dando vazão às críticas dos integrantes do governo Federal.
A meta de inflação deste ano, determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,25%, com teto de 4,75% ao ano. Para 2024, a meta passa para 3%, com limite superior de 4,5% anuais. Em junho, o Conselho terá a chance de revisar, como querem os integrantes da equipe econômica, em reunião para definir a meta de inflação de 2026 e confirmar ou mudar as atuais de 2024 e de 2025.
Enquanto isso, os sinais emitidos com a desaceleração na prévia do Índice de Preços ao Consumidor, o IPCA 15, que registrou alta de 4,16% no acumulado em 12 meses até abril, aponta para a menor taxa para o período desde outubro de 2020. No outro extremo, a mediana das estimativas do mercado coletadas no boletim Focus, do Banco Central, estava em 6,04% na semana passada, quarta alta consecutiva. Nesta terça-feira, antes do começo da reunião do Copom, o Banco Central divulga o relatório feito na semana passada com analistas financeiros.