Tom harmônico marcou encontro entre o presidente do Sindicato Médico do RS (Simers), Marcos Rovinski, e o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, nesta quarta-feira, sobre o impasse que envolve a defasagem dos honorários e da tabela de procedimentos do IPE Saúde – que atende cerca de 1 milhão de gaúchos. Diante do desequilíbrio financeiro e de uma dívida milionária, o plano vai ser alvo de um projeto de reestruturação, a ser enviado à Assembleia Legislativa.
Entre muitas alternativas expostas, o Sindicato levantou possibilidade de coparticipação do paciente também em procedimentos hospitalares, em uma espécie de extensão à coparticipação já vigente nas consultas, conforme explica Rovinski: “Seria uma forma de valorizar os honorários dos profissionais, sem refletir de maneira tão dura na mensalidade dos usuários. Sendo assim, o pagamento seria feito apenas quando for usar, podendo reduzir o valor a ser cobrado dos dependentes”.
Também pautou a reunião a possibilidade, trazida pela Casa Civil, de aumentar o valor destinado aos honorários médicos em mais R$ 140 milhões ao ano, além dos atuais R$ 200 milhões já destinados ao orçamento do IPE Saúde do Tesouro estadual. De acordo com Rovinski, ainda é um valor abaixo do ideal, mas o governo vê com bons olhos a possibilidade de reavaliar esse montante, dependendo da aprovação do projeto.
O Simers também apresentou ao governo a majoração não linear na tabela, com reajuste maior nos códigos mais defasados, a partir de um estudo caso a caso. Não está na pauta um reajuste único para todos os códigos, esclareceu a entidade.
Os médicos também sugeriram a possibilidade de o usuário do IPE escolher o profissional, independentemente de ele ser credenciado ou não, elevando de de 6,5 mil para 40 mil o número de médicos à disposição.
Apesar das negociações em curso, Rovinski lembrou que os médicos seguem paralisados até o dia 2 de maio, atendendo apenas urgência e emergência pelo IPE Saúde. No mesmo dia, acontece uma Assembleia Geral Extraordinária, quando serão levados aos profissionais o que vem sendo debatido com o governo gaúcho, para que se possa deliberar sobre o futuro do movimento.