Comércio gaúcho defende tratamento igualitário com sites de compras

Enquanto isso, secretário de Política Econômica, Guilherme Mello disse que estas operações passarão a ser tributadas na emissão

Empresários defendem tratamento igualitário Crédito: Almir Freitas

A defesa de uma reforma tributária e um tratamento igualitário entre o varejo nacional e os sites de compras. Este foi o tom dos discursos na reunião-almoço Tá Na Mesa, da Federasul, que reuniu os presidentes do Sindilojas Porto Alegre, Arcione Piva, e da CDL Porto Alegre, Irio Piva e lideranças empresariais do setor em Porto Alegre. Para o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, as diferenças de tratamento tributário entre as compras dos sites asiáticos é preocupante. “Não estamos defendendo a redução das importações, mas condenando uma fraude fiscal pela prática de venda destes agentes para o mercado brasileiro”, comentou o dirigente.

Ele se referia aos dados apresentados na exposição do presidente da CDL Porto Alegre que apontam para um volume de importação destes sites totalizando R$ 66 bilhões em 2022, 132% acima do registrado em 2021 (R$ 8,2 bilhões). A prática, para evitar os impostos, é a venda direta entre pessoas físicas, da origem para o comprador. Mas este parece ser um ponto não pacificado no governo Federal.

Depois de ficar definida a não taxação para compras até US$ 50, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, afirmou nesta quarta-feira, 26, que estas operações passarão a ser tributadas na emissão. A nova posição foi divulgada após Mello participar de reunião promovida pela Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo.

TRIBUTAÇÃO

Segundo ele, não haverá tributos novos, apenas os que já são cobrados em compras em sites internacionais, lembrando que os detalhes operacionais estão sendo trabalhados pela Receita Federal. A questão tributária, aliás, foi um dos pontos defendidos pelo presidente do Sindilojas, Arcione Piva.

Sobre a possibilidade de investimentos de US$ 150 milhões da Schein no país e começar a produzir no Brasil, com a geração de 100 mil empregos, os irmãos Piva desconfiam. “Eu não acredito”, disse Irio para a plateia de empresários presentes.

O tema economia e os reflexos da alta taxa de juros no Brasil não escaparam das avaliações dos dirigentes. Para Arcione, a taxa de juros brasileira é abusiva e inibidora do consumo, “mas é preciso promover ajustes na inflação”. Entre os efeitos recorrentes, Irio citou a elevação da inadimplência no estado, que já chega a 30% da população economicamente ativa do Rio Grande do Sul.