O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta terça-feira, 25, que nunca na história do Brasil ou no mundo houve uma alta de juros tão grande em ano eleitoral como a do ano passado. Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o dirigente da autoridade monetária comentou que e o BC não tivesse subido os juros no ano eleitoral, a inflação seria de 10% no ano passado, e não 5,8%. “E hoje, para controlar a inflação, teríamos que ter juros de 18,75%. O BC atuou antes, de forma autônoma, e quanto mais cedo se atua, menor é o custo para a sociedade”, afirmou.
Campos Neto também negou que o BC tenha se tornado mais crítico à política fiscal no atual governo. Para ele, desde 2019 o BC se expressou sobre mudanças fiscais que afetavam trajetória da dívida. O presidente do Banco Central destacou as mais de 14 semanas consecutivas de piora de expectativas de inflação. “A Focus mostrou alguma estabilidade na parte longa de expectativas, mas piora na curta. Não vemos uma melhora das expectativas de inflação desde novembro”, afirmou.
O presidente do Banco Central disse que o mercado tende a projetar a inflação futura com base nas metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “Quando o BC tem credibilidade e se anuncia uma meta nova, o mercado cola as expectativas futuras nas metas”, afirmou Campos Neto, na audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Mais uma vez, Campos Neto repetiu que os países que contam com mais autonomia para seus BCs têm menos inflação e menos oscilação de preços. “O banco central autônomo passa segurança na precificação de ativos”, completou.