O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, apresentou um atestado médico e faltou à sabatina para o qual havia sido convidado, nesta quarta-feira, na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Após a ausência, o colegiado aprovou um requerimento de convocação, que obriga o ministro a comparecer ao colegiado. A nova data é a quarta-feira que vem (26), às 14h.
Sem detalhar qual é o problema de saúde do general, o GSI publicou um comunicado com a justificativa. A ausência ocorre após vazamento de um vídeo mostrando o ministro no Palácio do Planalto durante os ataques extremistas de 8 de janeiro.
Gonçalves Dias não era obrigado a comparecer à sessão, já que o requerimento veio na forma de convite. Mesmo assim, a ausência incomodou os parlamentares da oposição.
Nos bastidores, circula a informação de que o general pode renunciar ao cargo em meio à crise. O presidente da Comissão de Segurança, deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) afirmou que essa possibilidade, se confirmada, atrapalha um futuro comparecimento de Gonçalves Dias ao colegiado.
Segundo Sanderson, uma futura renúncia “mostra de forma clara que isso pode ter sido uma manobra”, trazendo desgaste político para o governo atual.
O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) afirmou que o general cometeu crime de prevaricação ao não agir contra as invasões, mesmo estando no prédio. Ele aproveitou para reivindicar a instalação da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) sobre o tema. “Quem não deve, não teme”, completou.
Já o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), da base do governo, criticou a atuação do general diante das invasões e disse esperar a renúncia dele. “Ele pode vir prestar todo esclarecimentos, mas é uma questão política. Não há condição do ministro seguir à frente do GSI. Isso pode gerar uma crise inoportuna no momento que o Brasil precisa de enfrentar as suas dificuldades econômicas, enfrentar a retomada do crescimento, do desenvolvimento”, disse.