Dois jogadores são alvos no RS de operação contra manipulação de resultados no futebol

Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo MP de Goiás, cumpriu mandados de busca e apreensão em Santa Maria, Erechim e Pelotas

Foto: MPGO

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), prestou apoio ao MP de Goiás, nesta terça-feira, no cumprimento de três mandados de busca e apreensão nas cidades de Santa Maria, Erechim e Pelotas. A ofensiva está relacionada à operação Penalidade Máxima, deflagrada pela instituição goiana. Os alvos gaúchos foram dois jogadores de futebol.

A operação havia sido deflagrada em 14 de fevereiro deste ano para obtenção de provas de suposta associação criminosa especializada na manipulação de resultados de partidas de futebol profissional. As investigações apontaram que o suposto grupo criminoso atua mediante a cooptação de atletas para a combinação de resultados nas partidas por meio de ações como, por exemplo, o cometimento de pênalti no primeiro tempo da partida.

O objetivo do esquema criminoso é viabilizar o êxito em apostas esportivas de elevados valores. Em contrapartida, segundo a apuração, os atletas recebem parte dos ganhos, em caso de sucesso no esquema. Estima-se que cada suspeito tenha recebido aproximadamente R$ 150 mil por aposta.

Conforme já apurado, o grupo criminoso atuou mediante cooptação de jogadores profissionais de futebol, com oferta de valores entre R$ 50 mil a R$ 100 mil.

A investigação indica que as manipulações eram diversas, visando, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo.

O trabalho investigativo apontou que o grupo atuou, no mínimo, em três partidas ocorridas no fim do ano passado na série B do Campeonato Brasileiro de Futebol. Estima-se que os valores envolvidos no esquema ultrapassem o montante de R$ 600 mil.

Há suspeitas de que o grupo criminoso tenha concretamente atuado também em ao menos cinco jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022, bem como em cinco partidas dos campeonatos goiano, gaúcho, mato-grossense e paulista, todos em 2023.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), também prestou apoio ao MP de Goiás com a execução de dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Chapecó e Tubarão.

A operação ocorreu ainda em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE),Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP). No total, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e outros 20 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.