O ministro da Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, chega ao Brasil para uma visita oficial nesta segunda-feira. O diplomata de carreira desde os tempos da União Soviética é o homem de confiança do presidente Vladimir Putin e principal articulador de Moscou pelo Mundo. Lavrov desembarca em Brasília em meio a iniciativa do governo brasileiro de intermediar a paz e acabar com a guerra na Ucrânia, o conflito completou um ano em fevereiro deste ano.
Atualmente, Lavrov tem a missão de justificar e defender os motivos para a invasão do território ucraniano pelas tropas russas. O conflito é o primeiro no continente europeu desde o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945. Essa exposição faz com que o chanceler seja alvo de críticas e fique sob os holofotes da imprensa internacional. Foi em uma de suas falas que a Rússia ameaçou a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de um ataque nuclear por enviar ajuda militar ao governo de Kiev.
No cenário internacional, Lavrov é mais do que um porta-voz do Kremlin. Ele tem o importante papel de negociador, posição que pode indicar o futuro da guerra no Leste Europeu.
Analistas avaliam que não há uma perspectiva para o fim do conflito por não existirem exigências claras dos dois lados, o que dificulta um acordo de cessar-fogo ou um tratado de paz. A chegada de Lavrov para um encontro com o governo brasileiro é mais uma demonstração do poder de articulação de Moscou pela figura do diplomata.
Lavrov estudou no Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou e depois se juntou ao Ministério das Relações Exteriores da União Soviética em 1972. Entre 1976 e 1981 ele serviu ao Departamento para Organizações Internacionais do Ministério de Relações Exteriores Soviético. Entre 1981 e 1988, ele ocupou o cargo de primeiro-secretário, assessor e assessor sênior da missão diplomática soviética nas Nações Unidas.
Com o fim do bloco comunista, Lavrov foi o encarregado chefe do Departamento para Relações Econômicas Internacionais no Ministério Russo de Relações Exteriores. Entre 1990 e 1992, ele serviu como diretor do Departamento para Organizações Internacionais e Problemas Globais do Ministério de Relações Exteriores.