O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil deflagrou a segunda fase da operação Crédito 1 Segundo, que apura um prejuízo de cerca de R$ 400 mil aplicado contra o Banrisul e aposentados em apenas oito golpes aplicados. A ação foi realizada no começo da manhã desta terça-feira pela 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª Decor) da Divisão Estadual de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Deic.
Segundo o titular da (1ª Decor), delegado Max Otto Ritter, as investigações recaem sobre o já conhecido “Golpe da Portabilidade”. De acordo com ele, os criminosos abrem contas bancárias falsas, reencaminhando benefícios de aposentadoria para a instituição financeira vítima que, por sua vez, concedia vultosos empréstimos consignados em nome de pessoas que tinham seus dados indevidamente utilizados pelos golpistas.
Os valores eram transferidos para contas de pessoas ligadas à quadrilha e depois sacados. Companheiras dos criminosos também eram beneficiadas e faziam uso dos valores desviados, inclusive para a realização de procedimentos estéticos de alto custo. Estão sendo investigados os crimes de associação criminosa e de estelionato nas modalidades simples e majorado contra a administração pública.
Houve o cumprimento com êxito de sete ordens judiciais, sendo três mandados de prisão preventiva e outros quatro mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Cachoeirinha, Gravataí e Sapucaia do Sul. Um dos três detidos foi abordado no Aeroporto Internacional Salgado Filho, na Capital, com o apoio da Polícia Federal. Outro alvo da ação encontra-se recolhido na Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul. O apenado era quem coordenava o golpe.
Na primeira fase da operação Crédito 1 Segundo, ocorrida em janeiro deste ano após seis meses de investigação, três mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Porto Alegre, Sapucaia do Sul, Cachoeirinha, Parobé, Farroupilha, Bento Gonçalves, São Lourenço do Sul, Carlos Barbosa e Montenegro, além de Tubarão, em Santa Catarina. Dois detentos estavam entre os alvos na ocasião. Telefones celulares e documentos foram recolhidos.
Depois, uma mulher envolvida no esquema foi também capturada pelos agentes. Ela encontrava-se foragida. Conforme o delegado Max Otto Ritter, a suspeita era quem se deslocava pessoalmente até agências bancárias em diversos municípios gaúchos, abrindo contas e contraindo os empréstimos bancários. A acusada foi até flagrada pelos sistemas de monitoramento de grande parte das agências.