IGP-DI tem queda de 0,34% em março, aponta FGV

Com o resultado, indicador acumula deflação de 1,16% em 12 meses

Crédito: Freepick

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve queda de 0,34% em março, comparado com alta de 0,04% em fevereiro. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). Com o resultado do mês, o índice acumula deflação de 0,25% no ano e de -1,16% em 12 meses. Em março de 2022, o índice havia subido 2,37% e acumulava elevação de 15,57% em 12 meses.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,71% em março, ante queda de 0,04% em fevereiro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,21% em fevereiro para 0,18% em março. O principal responsável pela desaceleração da taxa foi o item combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 3,84% para -2,81%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 0,21% em março, ante queda de 0,49% em fevereiro.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -0,70% em fevereiro para -1,78% em março. O principal responsável por esta queda mais intensa foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de -0,08% para -1,03%. O índice de Bens Intermediários, calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,00% em março, contra queda de 0,12% no mês anterior.

PRINCIPAIS RESULTADOS

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, as principais contribuições para a queda da taxa do IPA partiram da soja (de -3,06% para -5,66%), do farelo de soja (de -1,23% para -7,66%) e da gasolina (de 5,66% para -3,91%). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,74% em março, após variar 0,34% em fevereiro.

Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Transportes (0,43% para 2,82%), Habitação (0,60% para 0,94%), Alimentação (-0,03% para 0,15%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,84% para 0,96%).

Nestas classes de despesa, os destaques foram gasolina (de -0,26% para 8,66%), tarifa de eletricidade residencial (-0,26% para 3,30%), hortaliças e legumes (-7,09% para -1,83%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (1,35% para 2,00%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,80% para -1,90%), Despesas Diversas (1,01% para 0,16%), Comunicação (0,67% para 0,30%) e Vestuário (0,36% para 0,11%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação.

Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-4,24% para -9,75%), serviços bancários (1,49% para 0,00%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,96% para 0,17%) e roupas (0,49% para 0,18%).

CUSTO DA CONSTRUÇÃO

O núcleo do IPC registrou taxa de 0,27% em março, ante 0,36% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 32 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 15 apresentaram taxas abaixo de -0,35%, linha de corte inferior, e 17 registraram variações acima de 0,61%, linha de corte superior.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,30% em março, ante 0,05% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de fevereiro para março: Materiais e Equipamentos (-0,12% para -0,07%), Serviços (0,97% para 1,04%) e Mão de Obra (0,02% para 0,49%).

Segundo Braz, o INCC avançou sob influência da mão de obra, que registrou aumentos salarias via acordos coletivos firmados em fevereiro.