A falta de componentes para a produção de veículos, associada a queda de demanda, são os fatores responsáveis por novas férias coletivas em abril para os trabalhadores da Volkswagen das fábricas de automóveis em Taubaté e de motores em São Carlos, ambas no interior de São Paulo. A montadora já havia anunciado uma segunda parada na unidade de São José dos Pinhais, no Paraná, também para o próximo mês. A única unidade que manterá produção normal é a fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tem alegado que os juros altos inibem financiamentos, modalidade que já chegou a responder por 70% das vendas. Nos primeiros dois meses do ano, a indústria automobilística vendeu 272,8 mil veículos, 5,4% a mais que em igual período de 2022, quando a escassez de semicondutores estava generalizada. Os dados do trimestre serão divulgados na terça-feira, 4, pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Desde fevereiro, a Volkswagen já anunciou sete períodos de férias coletivas em suas quatro fábricas no País, sendo acompanhada por várias montadoras que confirmaram de corte de produção, como General Motors (GM), Hyundai, Stellantis (Jeep, Peugeot e Citroën) e também as fabricantes de caminhões Mercedes-Benz e Scania.
Na unidade do Paraná, onde é feito o T-Cross, já estavam programadas coletivas de 20 dias a partir de 10 de abril. A montadora diz que a medida “faz parte da estratégia de flexibilização nos processos produtivos devido à oscilação no fornecimento de componentes”.