Comissão de Ética da Presidência investiga desvio de finalidade em uso de avião da FAB por Juscelino Filho

Órgão também abriu procedimento para investigar caso de joias trazidas da Arábia Saudita pelo governo anterior

Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, é alvo de uma investigação da Comissão de Ética da Presidência da República por ter usado o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a um leilão de cavalos de raça em São Paulo. Os membros da comissão decidiram abrir a investigação, na última terça-feira, e vão apurar se houve desvio de finalidade no uso da aeronave, em 26 de janeiro.

Apesar de ter participado do evento particular com o uso do transporte da FAB, o ministro alegou que, durante a viagem, cumpriu agendas oficiais, antes do fim de semana. Juscelino chegou a receber diárias pela viagem, mas devolveu os repasses aos cofres públicos após o caso ser revelado.

Em comunicado emitido no início de março, a Pasta das Comunicações informou que “o ministro usufruiu, sim, do seu direito de praticar atividades de foro particular em São Paulo”. “É inaceitável aventar qualquer prática ilegal, tampouco imoral da autoridade pública ao desfrutar do seu período de folga para participar de qualquer compromisso”, completou o Ministério.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já informou que caso seja confirmada a irregularidade, o ministro pode ter que deixar o cargo.

Joias de Bolsonaro também sob investigação
Além da investigação envolvendo Juscelino Filho, a Comissão de Ética vai investigar o caso das joias trazidas ao Brasil pela comitiva do governo de Jair Bolsonaro, que tentou trazer ilegalmente para o país um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões.

As joias eram um presente do regime saudita ao então presidente e à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos. Os itens vinham na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque, que viajou para o Oriente Médio em outubro de 2021 e teve a bagagem sorteada para ser inspecionada.

Entre os investigados nesse caso, o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, além de Marcos André Soeiro, ex-assessor do ministro que trouxe as joias da Arábia Saudita, barrado pela Receita Federal ao desembarcar no aeroporto.