Moro cobra explicações do PT por ação pela volta de visita íntima a presos do sistema federal

Em caso de parecer positivo - o que não ocorreu - medida podia favorecer, inclusive, integrantes do PCC sob custódia da União

Foto: União Brasil / Divulgação

O senador e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União-PR) iniciou uma ofensiva contra o PT, nesta sexta-feira, ao pedir explicação do partido sobre a autoria de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que pede a volta de visitas íntimas em presídios do sistema federal. Em caso de parecer positivo – o que não ocorreu -, a medida podia favorecer, inclusive, integrantes do PCC sob custódia federal.

“O PT deve uma explicação ao Brasil sobre sua participação como autor na ADPF 518 junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), quando tentou derrubar a proibição feita pelo MJ (Ministério da Justiça) de visitas íntimas às lideranças do PCC e do CV em presídios federais”, disse, em redes sociais, o senador.

A reação de Moro ocorre após Lula comentar, sem provas, que o plano descoberto pela Polícia Federal que tinha como alvo o ex-juiz e a família dele era uma “armação”. “É visível que é mais uma armação, mas isso a gente vai esperar, não vou atacar ninguém sem ter provas”, disse o petista ao ser questionado sobre se vinha ou não acompanhando os desdobramentos da operação.

A ADPF acabou extinta pelo Supremo pela perda do objeto da ação em razão de uma alteração na lei que dispõe sobre a transferência e inclusão de presos em estabelecimentos penais federais de segurança máxima. Na avaliação de Moro, o Supremo evitou o desastre ao extinguir a ação e proteger a sociedade contra o crime.

Até então, Moro não havia feito nenhuma relação entre o PT ou Lula e as facções criminosas por trás do planejamento do ataque contra ele. O senador chegou a ser elogiado por parlamentares por não “politizar” as investigações.

A associação entre o governo Lula e o PCC vem sido feita por parlamentares da oposição, que chegaram a relacionar o plano da facção criminosa de executar Moro e a família, além de outras autoridades e servidores públicos, com a fala do presidente de querer vingança contra o ex-ministro da Justiça. Não há nenhuma evidência de relação entre as duas situações.