Por transparência, procuradores defendem lista tríplice para a PGR

Lula disse que não vai usar lista para indicar futuro chefe do MP; atual procurador, Augusto Aras também não era indicação da categoria

Foto: JOÃO AMÉRICO/SECOM/PGR

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) defendeu, nesta quarta-feira, o uso da lista tríplice elaborada pela categoria como critério para a escolha do substituto do atual procurador-geral da República, Augusto Aras.

Nessa terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai ignorar a lista tríplice para a escolha do futuro chefe do Ministério Público. Na fala, Lula culpou a força-tarefa da Lava Jato pela decisão e classificou o grupo de “bando de moleque irresponsável”.

Para a ANPR, é compreensível que o presidente manifeste contrariedade aos procuradores da República que o denunciaram, mas a entidade defende o fortalecimento da institutição. “A generalização sobre o papel do MPF, como se este pudesse ser resumido à Operação Lava Jato, despreza a importância histórica da instituição em diversas outras atuações e na defesa de direitos, sobretudo nos campos socioambiental e da cidadania”, informou a associação.

A lista tríplice é adotada em todos os outros ministérios públicos do país. “Ao tratar a definição do PGR como uma escolha pessoal, o presidente da República abre mão da transparência necessária ao processo e se desvincula da preocupação com a autonomia da instituição e com a independência da PGR. Com isso, contraria o próprio discurso de campanha”, acrescenta a ANPR.

Aras, que fica no cargo até setembro, teve o nome escolhido e reconduzido ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que também desprezou a lista tríplice elaborada pela categoria para indicar o chefe da PGR.