Marinho e Leite defendem planejamento conjunto para evitar que se repitam casos análogos à escravidão

Ministro do Trabalho se reuniu com o governador gaúcho na tarde desta terça-feira

Foto: Ricardo Giusti/CP

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, se reuniu com o governador Eduardo Leite, nesta terça-feira, em Porto Alegre, para discutir medidas de combate ao trabalho análogo à escravidão, situação registrada, desde o fim de fevereiro, em ao menos duas cidades gaúchas: Bento Gonçalves, em um caso relacionado à safra de uva envolvendo mais de 200 trabalhadores, e Uruguaiana, onde mais de 80 pessoas eram exploradas em duas lavouras de arroz.

O representante do governo federal cumpre agenda focada no tema, desde a tarde dessa segunda-feira. Após o encontro com Leite, Marinho voltou a afirmar que o trabalho do Ministério, de dialogar com o empresariado e estimular acordos de responsabilidade, busca construir uma realidade sem novos crimes do tipo.

Para o governador, a reunião com o ministro garante um avanço rumo ao que o governo estadual deseja: um trabalho em conjunto com o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Leite ainda garantiu que pretende estender ao Ministério do Trabalho o acordo de cooperação técnica assinado pelo governo gaúcho com o MPT para desenvolver um plano de atuação, com fiscalização e conscientização, engajando setores onde esse tipo de flagrante é mais frequente.

O tema da Reforma Trabalhista também voltou a ser abordado pelo ministro. Dessa vez, ele disse que o governo não quer assumir um posicionamento pela revisão da lei, deixando a análise para trabalhadores e empregadores em uma mesa tripartite, já formada.

O ministro ainda comentou as férias coletivas anunciadas por montadoras, motivadas, segundo as empresas, pelos juros altos da economia. Marinho também disse que espera “juízo e sensibilidade” da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que deve anunciar a taxa Selic nesta quarta. Para o ministro, a inflação está sob controle no Brasil e o Banco Central não precisa agir com temor.

No setor automotivo, Marinho avalia que não há risco de que as férias coletivas possam resultar em demissões em massa. Segundo ele, o caso vem sendo monitorado pelo governo federal e não foge ao comportamento comum das empresas de grande porte.

*Com informações da repórter Kyane Sutelo/Correio do Povo