Todas as classes de renda registraram aumento da taxa de inflação em fevereiro, na comparação com o mês anterior. O resultado consta do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta terça-feira, 21, ao apontar que a aceleração inflacionária foi mais intensa para a faixa de renda alta, cuja taxa apontada em fevereiro foi de 1,05%, contra aumento de 0,56% observada em janeiro.
Na outra ponta, as famílias de renda muito baixa foram aquelas que apresentaram a menor alta inflacionária, em fevereiro, com taxa de 0,69%. No acumulado em 12 meses, até fevereiro, enquanto as famílias de renda média-baixa apresentaram a menor alta inflacionária (5,36%), o segmento de renda alta foi o que apontou a taxa mais elevada no período (7,03%). No caso das famílias com renda muito baixa, a alta da inflação nos últimos 12 meses é de 5,86%.
Os pontos de maior pressão inflacionária, em fevereiro, vieram dos grupos educação e saúde e cuidados pessoais. No caso da educação, os reajustes de 7,6% das mensalidades dos cursos regulares e de 3,7% dos cursos diversos explicam, conforme o indicador, o impacto inflacionário no mês, especialmente para a classe de renda alta. Em relação ao grupo saúde e cuidados pessoais, para as classes de renda mais baixa, o principal ponto de pressão inflacionária, em fevereiro, veio, em grande parte, do aumento de 2,8% dos produtos de higiene pessoal.
Já para a faixa de renda alta, o maior impacto inflacionário neste segmento veio do reajuste de 1,2% dos planos de saúde. Embora em menor intensidade, o aumento de 1,4% das tarifas de energia elétrica também contribuiu positivamente para a alta da inflação do grupo habitação, em fevereiro, sobretudo para as famílias de renda mais baixa.
Ao contrário do observado nas demais classes de renda, para a faixa de renda alta, a queda de 9,4% das passagens áreas fez com que o grupo transporte gerasse um alívio da inflação em fevereiro, mesmo diante do reajuste de 1,2% da gasolina. Na comparação com o mesmo período do ano passado, embora tenha ocorrido uma desaceleração da inflação em fevereiro de 2023, para todas as faixas de renda pesquisadas, esta foi ainda mais intensa para as famílias de menor poder aquisitivo, beneficiadas, sobretudo, pela melhora no comportamento dos alimentos no domicílio.