Reunião do Copom para debater a taxa de juros começa nesta terça-feira

Expectativa dos analistas é que o Banco Central brasileiro mantenha a Selic nos atuais 13,75% ao ano

Foto: Enildo Amaral / Banco Central / R7

Começam nesta terça-feira, 21, as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro e do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) que terminam na quarta-feira, 22. A expectativa dos analistas é que o Banco Central brasileiro mantenha a Selic nos atuais 13,75% ao ano, apesar da pressão da área política do governo e de uma ala de economistas para que os juros sejam reduzidos. O Copom deverá seguir com uma postura cautelosa para garantir uma convergência da inflação à meta no horizonte relevante de política monetária.

Caso se confirme, seria a quinta reunião consecutiva em que o Banco Central manteria a Selic em 13,75%, após interromper um ciclo agressivo de alta dos juros. Entretanto, há quem aponte para os riscos internos caso a alta da inflação se confirme no IPCA de março e os problemas no sistema bancário mundial persistam. E não será apenas a informação a ser comunicada na quarta-feira, 22, que terá relevância, mas a ata da reunião do Copom. No documento deve constar a visão cautelosa, ou não, sobre as contas públicas do Brasil e no novo arcabouço fiscal a ser enviado pelo governo Federal para o Congresso Nacional.

Os receios para uma mudança de rumo citam a turbulência do mercado em relação a questões do setor bancário como um atenuante para que a decisão do Banco Central rume para suavizar a decisão num momento de crescente especulação de que o setor bancário dos EUA pode forçar o Federal Reserve a moderar seu aperto. Na semana passsada, três bancos norte-americanos acenderam a luz amarela do sistema, crise que se expandiu para a Europa com a situação do Credit Suisse, o que foi amenizado com a aquisição do UBS.

ECONOMIA NOS EUA

Antes da decisão do Copom, os investidores internacionais já terão tido conhecimento, na tarde de quarta-feira, 22, sobre os novos rumos da política monetária nos Estados Unidos. Recentemente, economistas norte-americanos acreditavam que o Federal Reserve voltaria a acelerar o ritmo de alta dos juros.

Mas isso foi antes da falência do Silicon Valley Bank (SVB), na Califórnia, e o fechamento do Signature Bank, em Nova Iorque, e da crise no Credit Suisse, o que pode influenciar que os formuladores de política monetária reavaliem os impactos das oito altas de juros consecutivas realizadas até agora. As apostas de uma maioria (62%) é de uma nova elevação, de 25 pontos-base.