Prefeitura de Canoas e Polícia Civil farão ações conjuntas para frear guerra de facções

Primeira medida prevê que Operação Asfixia passe a contar com apoio da Guarda Municipal em pontos onde o volume de homicídios cresceu

Foto: PC / Divulgação / CP

O enfrentamento a facções pautou, nesta terça, uma reunião entre o prefeito Nedy Marques e representantes da Polícia Civil, no Paço Municipal, em Canoas, na região Metropolitana. O encontro confirmou que vai ser ampliado o cerco às organizações criminosas em razão do aumento no número de mortes violentas registradas nas últimas semanas na cidade.

“Discutimos o cenário da criminalidade e uma série de ações conjuntas que devemos realizar para reforçar a segurança na nossa cidade. Coloquei a nossa Guarda Municipal à disposição e vamos trabalhar para tirar do papel o projeto do cercamento eletrônico, que será muito importante tanto para qualificar o trabalho de inteligência quanto para coibir a prática de crimes”, declarou o chefe do Executivo municipal.

Segundo o delegado Mário Souza, titular do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), um aporte operacional e de inteligência da delegacia especializada está sendo colocado à disposição das autoridades policiais de Canoas. A primeira medida, segundo ele, prevê que a chamada Operação Asfixia passe a contar com apoio da Guarda Municipal em pontos onde o volume de homicídios cresceu.

“A integração entre a secretaria de Segurança, Brigada Militar e Guarda Municipal é importante para travar os índices, adotar estratégias para tomar terreno e buscar a prisão dos autores dos homicídios, assim como levar mais tranquilidade a uma comunidade diretamente atingida pelas mortes”, disse o secretário de Segurança Pública, Marcelo Pitta.

Entenda o conflito

Conforme apurou Rádio Guaíba, o assassinato do irmão de um traficante, no ano passado, no bairro Guajuviras, desencadeou os demais crimes, conforme as investigações. Segundo o delegado Robertho Peternelli, há hoje quatro facções atuando no local e, para vingar a morte do irmão de uma liderança do tráfico, rivais mataram o pai e do irmão do líder de outra facção.

“A partir de uma morte que aconteceu em agosto, começou um ciclo de vingança. O irmão da vítima quis vingá-lo e a disputa ficou muito pessoal. O que tem gerado pontos de tensão é muito mais a vingança do que a disputa por territórios”, declarou Peternelli, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas.

De acordo com o policial, o Guajuviras respondeu por quase metade das mortes violentas no município em 2022. Ele estima que, dos 76 homicídios registrados no ano passado, cerca de 35 tenham ocorrido no bairro.