A alta de preço do litro da gasolina comum gera indignação entre os consumidores em Porto Alegre. Após a reoneração dos combustíveis, com a volta de incidência dos impostos federais desde a quarta-feira passada, o reajuste em parte dos estabelecimentos ultrapassa R$ 0,60, bem acima do projetado pelo Ministério da Fazenda. De acordo com o governo federal, o aumento esperado era de R$ 0,34 no litro da gasolina e de R$ 0,02 no etanol.
Já o Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Estado do Rio Grande do Sul (Sulpetro) sustenta que a alta dos combustíveis é um problema em todo o país. O presidente do Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua, explica que uma série de fatores resulta no cenário atual. Além do fim da desoneração, ele cita a manutenção programada da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, como uma dessas variantes. A restrição de oferta pela refinaria, desde o início do ano, acarretou em aumento de custos com frete.
Ainda conforme o dirigente, desde fevereiro, as distribuidoras já vinham repassando aos postos um aumento de 27% no álcool anidro.
De acordo com Dal’Aqua, proprietários de postos vêm enfrentando escassez de produtos na distribuidora. “No RS e no Brasil inteiro existe um problema muito sério, pois são dois meses de pouca importação de produto, o que ocorria normalmente por agentes privados. Com a sinalização do governo de que vai mudar a paridade internacional, o pessoal não quer arriscar comprar com preço lá fora se aqui o preço pode ser mais barato. Existe um descompasso”, observa.
O dirigente lembra, ainda, que muitas distribuidoras vinham represando os produtos no tanque esperando uma definição do governo sobre a volta da tributação. Ele ressalta que a margem de lucro, em geral, gira em torno de R$ 0,50 por litro, mas também depende da região. “A tributação de ICMS representa duas vezes isso”, alerta.
*Com informações do repórter Felipe Samuel/Correio do Povo