Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o Ministério das Comunicações rebateu acusações feitas sobre o ministro Juscelino Filho e afirmou que o titular utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para cumprir agenda pública em São Paulo. Segundo a pasta, o titular também teve compromissos particulares no estado paulista.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Filho usou o avião da FAB e recebeu quatro diárias e meia no mesmo fim de semana em que participou de leilões de cavalos de raça, que chegaram a custar mais de R$ 1 milhão, em São Paulo.
Das atividades cumpridas pelo ministro na viagem, o Ministério salienta uma reunião com a operadora Claro, um encontro técnico com a equipe do escritório regional da Telebrás, além de agendas com o gerente regional da Anatel e do grupo Byd Brasil.
Procurado pelo R7, Filho não se pronunciou. O espaço segue aberto para manifestações.
Quanto aos procedimentos da viagem, a pasta alega que seguiu os parâmetros técnicos e legais e afasta a acusação de que houve caráter de urgência. “Da mesma forma, não há óbice algum em seu retorno a Brasília no dia 30 de janeiro, via FAB, uma vez que o ministro retornou em voo com compartilhamento solicitado pelo Ministério do Trabalho. Ou seja, não há cometimento de qualquer ilegalidade”, prossegue a nota.
O comunicado lembra, ainda, que o ministro determinou apuração imediata sobre os procedimentos administrativos que foram adotados em relação às viagens, além de ter devolvido as diárias referentes a viagem. A pasta não divulgou os valores.
“Cabe esclarecer que no referido final de semana subsequente ao cumprimento da agenda oficial, o ministro usufruiu, sim, do seu direito de praticar atividades de foro particular em São Paulo”, alega o Ministério. “É inaceitável aventar qualquer prática ilegal, tampouco imoral da autoridade pública ao desfrutar do seu período de folga para participar de qualquer compromisso”, completou.
Ministro é alvo de ação na PGR
O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação contra o ministro das Comunicações por suposto tráfico de influência que envolve uma empreiteira investigada por fraudes em licitações.
Segundo o parlamentar, o ministro atuou junto à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para favorecer uma empreiteira ligada a políticos e apontada como integrante de um cartel.
O deputado lembrou ainda que há uma suposto direcionamento de R$ 5 milhões do orçamento da União para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à fazenda do ministro, localizada no Maranhão.
