MPF aceita que Robinho, condenado por estupro na Itália, cumpra pena de 9 anos no Brasil

Ex-jogador de Santos, Atlético-MG e seleção brasileira é acusado de ter abusado de jovem de 22 anos em uma boate em Milão, em 2013

Foto: Divulgação / Santos FC / R7

O Ministério Público Federal (MPF) acatou o pedido para que Robinho, ex-jogador de Santos, Atlético-MG e seleção, cumpra pena em território brasileiro. O órgão entregou à Justiça um parecer concordando com o cumprimento da pena de 9 anos de prisão pelo crime de estupro de uma jovem de 22 anos, em uma boate de Milão, na Itália.

A reportagem teve acesso ao documento assinado pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que afirmou não existirem “restrições à transferência da pena ao Brasil” e entregou quatro endereços nos quais o ex-jogador pode ser encontrado.

“Nesse contexto, inexistentes quaisquer restrições à transferência da execução da pena imposta aos brasileiros natos no estrangeiro, razão pela qual o requerido há de ser citado no endereço a seguir indicado para apresentar contestação…”, cita o documento.

Os endereços são todos na Baixada Santista, litoral de São Paulo. No entanto, de acordo com o jornalista Cosme Rímoli, do R7, Robinho já deixou a cidade de Santos, onde permanecia desde que saiu a condenação em última instância, e está agora isolado no sítio de um amigo no interior paulista.

Relembre o caso
De acordo com as investigações, Robinho e cinco amigos foram acusados de ter estuprado uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café, na qual ela festejava aniversário. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Robinho teve condenação em primeira instância ainda em dezembro de 2017.

O ex-jogador e o amigo Falco foram condenados com base no artigo 609 bis do Código Penal italiano, que fala do ato de violência sexual não consensual forçado por duas ou mais pessoas, quando se obriga alguém a manter relações sexuais pela condição de inferioridade “física ou psíquica”.

Na época do processo, os advogados de Robinho afirmaram que o ex-atleta não cometeu o crime do qual era acusado e alegaram que houve um “equívoco de interpretação” em relação a conversas interceptadas com autorização judicial. Segundo eles, alguns diálogos não foram traduzidos de forma correta para o idioma italiano.