As precipitações ocorridas durantes esta semana no Rio Grande do Sul trouxeram novamente o verde aos campos gaúchos. Contudo, chegaram tarde e não a tempo de devolver a produtividade perdida aos agricultores. “Se a gente olhar, alguns campos estão verdinhos de novo, mas sem vagem alguma”, relata o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri. O calendário é implacável também com relação à época do ano, já que replantar qualquer cultura traz alto risco ao investimento. “Essa safra se foi. Já estamos na transição do verão para outono”, justifica.
O tempo é de avaliar e consolidar os efetivos prejuízos trazidos pela terceira escassez hídrica seguida aos campos gaúchos. Até o momento, a estimativa da Emater, baseada em dados históricos, aponta para uma safra de 3,9 milhões de toneladas ao milho, ante a expectativa inicial de 6 milhões de toneladas, e de 16 milhões de toneladas à soja, frente à projeção de 21 milhões de toneladas. Mas Alencar lembra: “A estiagem não terminou e as situações variam não só de região para região, mas de propriedade para propriedade”.
Por ora, antecipar o plantio do pasto – que seria implementado após a colheita da soja – ou da cobertura de solo são algumas das opções de quem nada mais tem a fazer quanto à produção deste ano. Conforme o informativo conjuntural da Emater/RS-Ascar desta semana, já há quem optou por aguardar o plantio da safra de inverno, principalmente onde as perdas estão consolidadas.
Nesta sexta-feira (25), a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) publicou edital extra para inscrição no Programa Sementes Forrageiras. A medida faz parte do Programa Supera Estiagem, anunciado pelo governo do Estado para mitigar e superar a seca no Rio Grande do Sul. O novo período para adesão ao programa é válido até a próxima terça-feira. A aquisição tem juro zero e desconto de 30% a título de bônus adimplência sobre o valor do contrato no momento do pagamento, em fevereiro de 2024.