Gaúchos retomam a rotina nesta quarta-feira de cinzas

A região Central de Porto Alegre registrou movimentação na reabertura de agências bancárias e do Sine Municipal

Com agência bancária cheia, filas começavam a se formar na porta, no Centro Histórico. | Foto: Alina Souza / CP

O ano começou oficialmente para os brasileiros. Com a volta da maior parte dos veranistas que passaram o carnaval na praia, a quarta-feira de cinzas, em clima de segunda-feira, foi de retomada no comércio, nos bancos e nas repartições públicas, inclusive com a volta às aulas das escolas municipais. Mas claro, o movimento começou apenas depois das 12h, como já é tradicional da data. Na região central de Porto Alegre, trabalhadores caminhavam apressados, aproveitando o horário de almoço para pagar contas e resolver questões bancárias. Ao longo da tarde, o movimento seguiu o mesmo ritmo.

Na Caixa Econômica Federal da rua Sete de Setembro, o local lotou poucos minutos após a abertura. A pequena fila que se formava na porta era gerida pela recepcionista Alessandra Crestani. Quem chegava no banco recebia de pronto a informação do tempo médio de espera: 30 minutos. A profissional explica que era preciso aguardar, pois a agência estava com menor número de atendentes frente a um fluxo maior de clientes. “Hoje o movimento já está bem intenso, a maioria do pessoal vem buscando o auxílio Brasil”, conta a profissional.

Muitas pessoas chegavam ao local ainda com dúvidas que eram sanadas por Alessandra já na entrada da agência, encaminhando os clientes para os caixas eletrônicos ou ao atendimento nos balcões. Uma das pessoas que aguardava na fila do banco era Jorge Ronaldo Mafalda da Rosa. Desempregado, ele não viajou como outros tantos gaúchos para curtir a folia, mas precisou aguardar a quarta-feira de cinzas para resolver suas questões bancárias com a retomada do atendimento. “Volta tudo hoje, né? Só depois do carnaval”, disse ele, enquanto entrava apressado na agência.

Outro local que teve a abertura das portas muito aguardada nessa retomada foi o Sine Municipal. Nos primeiros 20 minutos de atendimento, mais de 100 fichas haviam sido distribuídas no local, para trabalhadores em busca de emprego. O tempo de espera para o primeiro atendimento variava entre 40 minutos e uma hora. Nesta semana, 2357 mil vagas estão disponíveis. Conforme o gerente do Sine, Rodrigo Reis, a maior dificuldade para o preenchimento dos postos de trabalho é a falta de escolaridade. “Temos 300 vagas de merendeira que não conseguimos preencher ainda, porque exige fundamental completo”, relata o gestor.

Na expectativa de preencher uma das vagas no Sine, Rogério Loreto Vargas, 56 anos, chegou na fila ainda antes do local abrir. Com a carteira de trabalho em uma mão e uma pasta com documentos na outra, buscava uma oportunidade. Há quase um ano desempregado, ele já deixou o foco na experiência como geometrista mecânico de lado e colocou no cadastro que busca vagas como porteiro, vigia, o que surgir. O importante, para ele, é não desistir da procura. “Se não der num dia, volto no outro”, afirma, com esperança.